O Grupo Parlamentar do PS/Açores requer a audição do Secretário Regional da Saúde e do Presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, “para prestarem explicações urgentes, detalhadas e cabais sobre as razões pelas quais, numa calamidade que ceifou duas vidas humanas na Povoação, o primeiro responsável pela Proteção Civil não esteve presente, desde a primeira hora, nesse local, como era sua obrigação”, afirmou João Vasco Costa, anunciando um requerimento já entregue no Parlamento Açoriano.
O deputado do PS/Açores recorda que na sequência do mau tempo que assolou a ilha de São Miguel, e em particular o concelho da Povoação, no passado dia 25 de junho, “foi dado o alerta de que estariam desaparecidas duas pessoas” e, posteriormente, foi localizada a viatura onde seguiam as duas funcionárias da Santa Casa da Misericórdia da Povoação, sem qualquer sinal das suas ocupantes. As operações de buscas, coordenadas no terreno pelo Inspetor Coordenador da Proteção Civil dos Açores, Rúben Couto, foram iniciadas logo de imediato e a 28 de junho foi encontrado o corpo de uma das vítimas mortais.
As buscas, acrescenta o parlamentar, envolveram o Serviço Regional de Bombeiros e Proteção Civil dos Açores, os Corpos de Bombeiros da Povoação, da Ribeira Grande, de Ponta Delgada, de Vila Franca do Campo e do Nordeste, o Serviço Municipal de Proteção Civil da Povoação, o Comando Operacional dos Açores, a Capitania do Porto de Ponta Delgada, a Polícia Marítima, o Instituto de Socorros a Náufragos e a Associação de Nadadores-Salvadores, a Polícia de Segurança Pública, para além de serviços da administração regional.
No entanto, realça João Vasco Costa, “a completa ausência da ilha de São Miguel e do concelho da Povoação, ou seja, a ausência no terreno do primeiro responsável pelo Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, o seu Presidente, assume contornos de verdadeiro escândalo”.
Apesar dos esforços para demonstrar que o Presidente do SRPCBA estava a acompanhar o assunto, a verdade é que “só oito dias depois da tragédia é que o mesmo se dignou a ir à ilha de S. Miguel e, em concreto, à Povoação, o que, adianta, “é, em nosso entender, uma situação demasiado séria e demasiado grave para passar sem explicações mais detalhadas sobre essa ausência do terreno”.
João Vasco Costa considera que resulte essa ausência de uma “negligência grosseira e omissão grave ou de uma atitude consciente e orientada”, são devidos esclarecimentos “sobre as razões pelas quais, numa calamidade que ceifou duas vidas humanas, o primeiro responsável pela Proteção Civil dos Açores não esteve presente, desde a primeira hora, nesse local, como era sua obrigação, e só chegou ao local da tragédia 8 dias depois”.
Para o deputado do PS/Açores requerer estas explicações é um direito que assiste aos deputados”, mas tendo em conta que foi recentemente aprovado em plenário, por unanimidade, legislação que “reforça a intervenção da Assembleia Legislativa da Região em matéria de Proteção Civil”, esse requerimento é “um imperativo” e “a gravidade desta situação torna esse um imperativo urgente”.