O Secretariado de Ilha do PS de São Miguel lamenta que o Governo dos Açores, uma vez mais, tenha optado por negligenciar a maior ilha da nossa Região. Depois de São Miguel ter sido secundarizado na operação de vacinação no âmbito do combate à pandemia da Covid-19, agora ficamos a saber que, pela primeira vez em cerca de duas décadas, São Miguel não vai ter a operação sazonal de transporte de passageiros e de viaturas.
No final da passada semana, o Governo Regional anunciou o lançamento do concurso internacional com vista à celebração do contrato de serviço de transporte marítimo sazonal de passageiros e de viaturas entre as ilhas do Grupo Central, bem como para o fornecimento do serviço público de transporte marítimo regular de passageiros e de viaturas entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge e de passageiros entre as ilhas das Flores e Corvo, pelo prazo de dois anos, com possibilidade de prorrogação por um período máximo de 12 meses, e com o preço base de 18.000.000,00 euros. Ora esta decisão exclui e, por isso, penaliza São Miguel e irá impedir a circulação, por via marítima, dos cerca de 36 mil passageiros que, nos últimos dois anos em que decorreu a operação, recorreram a este transporte a partir da ilha de São Miguel.
O PS de São Miguel não compreende mais esta decisão do Governo Regional que, uma vez mais, prejudica os micaelenses e, inclusivamente, contraria a lógica de criação de um mercado interno, no qual a carga rodada assumia uma aposta estratégica e complementar ao modelo existente de transporte.
O PS de São Miguel recorda ainda que, de acordo com os dados disponibilizados pela Atlânticoline, as ilhas de São Miguel, Terceira e de Santa Maria constituíram os destinos mais procurados, não fazendo, por isso, sentido que, sem qualquer explicação, o Governo decida terminar com esta operação sem ouvir parceiros sociais, autarquias, agentes turísticos e sem sequer fundamentar a decisão tomada em prejuízo da maior ilha açoriana.
O PS de São Miguel espera, por isso, que o Governo Regional apresente, com caráter urgente, as razões que motivaram esta decisão bem como os estudos e pareceres técnicos que fundamentam mais uma decisão que, neste caso, coloca literalmente os micaelenses a” ver navios”.