“A situação vivida no Afeganistão e a decorrente crise humanitária é algo que nos preocupa seriamente e defendemos que tem de ser dada uma prioridade máxima à dimensão humanitária, de forma a apoiar o povo afegão”, defendeu Lara Martinho, vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, na Assembleia da República.
Lara Martinho, que participou esta quarta-feira, na reunião dos parlamentos do Sul (Grupo MED), no âmbito da Conferência Interparlamentar sobre a PESC/PCSD Política Externa e de Segurança Comum e da Política Comum de Segurança e Defesa, organizada pelo Parlamento Helénico, considera que “só com uma resposta à situação critica que se vive no Afeganistão se pode tentar prevenir uma crise humanitária, uma crise migratória e uma crise de segurança como aconteceu em 2015”.
A parlamentar identificou três dimensões – nacional, europeia e internacional – que devem ser tidas em conta na resposta à situação vivida no Afeganistão. No plano nacional, realçou que “Portugal assegurou a disponibilidade para receber centenas de afegãos”, considerando que à semelhança de Portugal “é fundamental uma maior solidariedade europeia para com os que são obrigados a fugir, mas também para com os Estados-membros que têm sido mais fustigados pelas crises migratórias, como é o caso da Grécia, ou seja, temos de ser mais solidários e mais cooperantes”.
Na dimensão europeia, Lara Martinho defendeu que “tem de se prosseguir as políticas e os valores humanistas de proteção e solidariedade, tem de existir uma forte cooperação europeia na procura de capacidade de resposta adequada à escala deste desafio emergente”. A Europa, acrescentou, “tem de continuar a ser uma fonte de esperança para o povo afegão e temos a obrigação de dar uma resposta mais global, à situação que se vive no Afeganistão para prevenir uma maior crise humanitária, uma crise migratória e uma crise de segurança”.
Até porque, destacou, “é garantindo ajuda humanitária que simultaneamente garantimos a segurança no nosso espaço comum”. A nível internacional a deputada socialista defendeu que a União Europeia em conjunto com a comunidade internacional, “tem de apoiar os países vizinhos, nomeadamente o Paquistão e o Irão, criando mecanismos que permitam salvaguardar os direitos dos que são forçados a fugir”. Para Lara Martinho “esta deve ser a prioridade na constituição de uma plataforma de cooperação”.