O presidente do Grupo Parlamentar do PS defendeu, esta quarta-feira, na cidade da Horta, em declarações aos jornalistas, que “o que conta para as empresas é que esse processo [das Agendas Mobilizadoras] possa ser retomado rapidamente”.
Vasco Cordeiro reagia assim ao anúncio do Presidente do Governo de que as candidaturas de empresas Açorianas a 117 Milhões de Euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vão “começar do zero”.
“Eu acho que, já na próxima semana, o Governo Regional deveria iniciar uma ronda de esclarecimento a todas as empresas dos Açores, a tentar que o máximo de empresas pudesse aceder a estes fundos para fortalecer a sua competitividade”, frisou.
O socialista lamentou que o Presidente do Governo “lide mal com o escrutínio parlamentar”, porque “ao invés de ter feito uma declaração escondida nos corredores do parlamento, devia tê-lo feito na sala do Plenário, com os representantes do Povo Açoriano”.
“O Governo afunda-se cada vez mais no pântano das Agendas Mobilizadoras que ele próprio criou. Esta desautorização pública do Secretário Regional das Finanças é profundamente constrangedora. Se o Sr. Secretário Regional saiu ferido do debate de ontem, o Sr. Presidente do Governo acabou de lhe dar o golpe de misericórdia, demonstrando publicamente que ele agiu mal neste processo”, realçou Vasco Cordeiro.
Para o líder parlamentar socialista, a comissão de inquérito hoje proposta por um conjunto de deputados de vários partidos “faz ainda mais sentido” porque, “ao contrário daquilo que pretende o Presidente do Governo, que é centrar a responsabilidade no Secretário das Finanças, as decisões políticas e estratégicas são tomadas pelo Conselho do Governo”.
“Há aqui questões para além dos princípios da Transparência, da Legalidade, da Imparcialidade e da Igualdade dos eventuais beneficiários no acesso a esses fundos. Há aqui uma nebulosa que não se percebe bem quem é que tomou as decisões”, apontou o deputado do PS.
Para Vasco Cordeiro, o Governo Regional tem a “responsabilidade de esclarecer, de mobilizar, de dar conta às empresas dos Açores das oportunidades destes fundos”, notando que “obviamente a decisão de concorrer ou não é das empresas, mas o Governo não pode privilegiar empresas em relação a outras”.
Quem lançou um manto de suspeição sobre o processo e sobre as empresas foi o Governo Regional, pela forma desastrada como geriu esse assunto. Quando se abre um anúncio de candidatura, as empresas já devem estar esclarecidas. No meu entender, o Governo deve mobilizar as empresas, procurar pontos de união, fomentar essa união, fomentar a capacidade de elas aproveitarem estes fundos”, finalizou o líder parlamentar do PS, Vasco Cordeiro.