Os deputados do GPPS/A eleitos pela ilha Terceira receberam hoje os responsáveis pela Liga dos Amigos dos Doentes dos Açores e recolheram contributos e partilharam preocupações relativamente às propostas de plano e orçamento para 2022 na área da saúde.
“Com a falta de credibilidade das propostas de plano e orçamento para 2022 apresentadas este Governo falha nos compromissos assumidos e falha aos Açorianos”, afirmou Tiago Lopes no final da reunião.
Segundo o deputado do GPPS/A “os documentos apresentados evidenciam aquilo que já se tem vindo a conhecer relativamente a este Governo: uma profunda falta de credibilidade”.
Tiago Lopes recordou que em abril deste ano este Governo anunciou o maior orçamento de sempre na saúde “verificando-se, agora, no último Boletim de Execução Orçamental, que ficarão por transferir cerca de 50 milhões de euros para hospitais e centros de saúde até ao final do corrente ano”.
“Foi este Governo que assumiu pagar a dívida aos fornecedores do Serviço Regional de Saúde no espaço de dois anos. E se já este ano não dá seguimento ao compromisso que implicava transferir esses recursos às unidades de saúde, em 2022 fará pior, reduzindo 55 milhões euros às transferências para o SRS, quando comparado com o previsto para 2021”.
Para além de, sublinhou ainda o deputado do PS/Açores, “ter optado por, face à anteproposta apresentada poucos dias antes, reduzir em 75 milhões para o setor da saúde”.
“E para além do corte no orçamento da saúde para 2022 verifica-se na proposta de plano de investimentos um corte em projetos e ações fundamentais para o Serviço Regional de Saúde”, continuou.
Exemplificou o deputado socialista com o “corte de 55% no que se refere aos Apoios e Acordos na Saúde, dificultado, assim, as condições de acessibilidade dos utentes aos cuidados de saúde através de protocolos”.
“Será menos meio milhão de euros para 2022 a que se junta uma fraca execução até setembro relativamente ao previsto para 2021. No que se refere a Apoios e Acordos, até setembro de 2021, tinham sido executados cerca de 48 mil euros de um total de 866 mil euros disponíveis”, afirmou
No entendimento do deputado “isto acarreta e acarretará dificuldades na acessibilidade dos utentes aos cuidados de saúde que importaria corrigir”.
“A falta de credibilidade dos documentos apresentados, nos quais existe um buraco financeiro de 495 milhões de euros na previsão de receitas e para o qual o Governo Regional ainda não deu explicações, a adicionar ao claro desinvestimento no Serviço Regional de Saúde, claramente preterido neste Plano e Orçamento, bem como a baixa execução em 2021, são motivos mais que suficientes para uma enorme preocupação quando ao futuro da prestação de cuidados de saúde no Açores”, concluiu.