“Este Plano e Orçamento está dependente da chantagem de um partido que pôs os Açores no plano do vexame nacional”, afirmou José Contente, esta terça-feira, durante o debate em plenário, exigindo esclarecimentos do Governo sob pena de se confirmar que “vendem, por um prato de lentilhas, um orçamento e os Açores”.
“É preciso que o Senhor Presidente do Governo diga aqui, antecipadamente e não se esconda, como o partido se esconde, se é por causa de 1500 euros para retirar a quem precisa e para dar a quem não precisa, que este Plano terá o acordo do Chega?”. Ou, acrescentou, “se é porque a Sata Internacional vai desaparecer, se efetivamente se comprometer com o anunciado pelo Chega”.
José Contente exigiu também esclarecimento sobre o anunciado na conferência de imprensa do Chega – “que, digo eu, deve ter envergonhado todos os Açores e o PPD fundacional desta Autonomia” -, relativamente à remodelação do Governo.
“Uma remodelação, qual? Com quais dos interlocutores que nós estamos aqui hoje a falar? Sr. Secretário do Mar, o Sr. vai estar aí?”, questionou.
Quanto às afirmações do Secretário Regional do Mar e Pescas, relativamente ao projeto Martech, José Contente lamentou que o governante só se tivesse reunido com a Universidade dos Açores depois do PS ter chamado a atenção, em comissão, para o não envolvimento da Universid
ade no projeto.
“O Senhor Secretário anunciou o Martech para o ano que vem, mas ainda não sabe o que lá vai por dentro. E, uma reunião à pressa com a Universidade dos Açores, outra com um investigador, mas sem reunir com o Okeanos. O senhor Secretário não sabe, neste momento, quais são os conteúdos funcionais que existirão num importante polo para os Açores que é este projeto”.
José Contente defende que “quando se fala em investigação falamos em credibilidade, que tem um significado, validade e fiabilidade, ou seja, a precisão de resultados ou dados e a possibilidade de reaplicar esses resultados”.
E, acrescentou, “o que nós falamos quando dizemos falta de credibilidade neste plano, é porque nós nem vemos, por um lado, a precisão e o rigor dos números, porque o não tem as verbas necessárias e suficientes para financiar o Plano e Orçamento para 2022 e, depois, também aquilo que se anuncia como mais desenvolvimento - que seria a tal fiabilidade-, não vai existir por falta deste financiamento”.