Durante o discurso de encerramento do debate parlamentar sobre as propostas de Plano e Orçamento para 2022, Vasco Cordeiro criticou a “tosca tentativa de desculpabilização dos erros atuais” deste Governo e considerou que ficou demonstrado que este executivo, “apregoa o diálogo e a concertação, mas desde muito cedo que já enterrou ambos no mais fundo da gaveta”.
Sobre a incapacidade para assumir os erros de Governação, Vasco Cordeiro referiu que o Governo se apresentou “neste debate invocando, hoje, uma alegada pesada herança que recebera do passado”, tentando assim ocultar “a desorientação e o desespero em que está a cair”, porque, acrescentou, “uma leitura atenta da realidade e desta afirmação só permite uma de duas conclusões: ou o Governo está a faltar à verdade ou o Governo é perdulário e esbanjador”.
“Então, quem se diz submerso numa pesada herança de dívidas constitui o maior Governo Regional de sempre da história da Autonomia?! (…) Aumenta as nomeações políticas, e as remunerações dos nomeados da maneira como este Governo fez e ainda hoje faz?! (…) Passeia o autêntico exército de assessores e adjuntos que este Governo tem passeado? (…) Prescinde de receitas, como, não só aconteceu com a baixa de impostos, mas, também, com a solidariedade nacional por causa do Furacão Lorenzo?!”.
“É claro que não! Porque se alguém estivesse submerso em dívidas do passado e procedesse da maneira como este Governo tem procedido, não só seria perdulário, mas seria também, profundamente, incompetente”, realçou.
Em relação à incapacidade do Governo para dialogar, Vasco Cordeiro recordou os exemplos que se sucedem: “As Agendas Mobilizadoras foram o que se sabe. Os encaminhamentos de passageiros sabe-se o que foram. O fim do transporte marítimo de passageiros e viaturas foi igual. A definição dos termos em que serão aplicados os fundos estruturais vai pelo mesmo caminho das Agendas mobilizadoras”.
E, acrescentou, “até nas visitas estatutárias, este Governo acabou com o tempo para receber o Povo que assim o desejasse, receando não se sabe bem o quê, nem se sabe bem quem”.
Assim, considera, “neste simulacro de diálogo, em que uns falam e comem, e outros ouvem e calam, é também a um retrocesso de décadas que assistimos e, sobretudo, à mais atroz contradição entre a prática e o discurso”.