A deputada do PS/Açores à Assembleia da República, Lara Martinho, reafirmou, esta segunda-feira, a importância fundamental da cooperação entre a NATO e a União Europeia, defendendo, por isso, o seu reforço e aprofundamento, ao nível da segurança e defesa.
Para a vice-presidente do GPPS, que participava enquanto moderadora no III Seminário de Defesa Nacional, “hoje, talvez mais do que nunca, precisamos de uma relação transatlântica forte, resiliente, que promova a paz e a segurança mundial, que defenda os direitos humanos e a ordem internacional, promovendo o multilateralismo como caminho para encontrar soluções para os problemas mundiais”, salientando, por isso, a importância fundamental da cooperação entre a NATO e a União Europeia.
Num painel dedicado ao ‘Conceito Estratégico da NATO e a Bússola Estratégica da UE depois do Afeganistão: como renovar a parceria UE-NATO e a Relação Transatlântica’, a parlamentar relembrou que a par da reaproximação dos EUA à Aliança Atlântica, e à Europa, decorre ainda a revisão e a afirmação dos conceitos estratégicos de defesa, “com a NATO e a UE a levar a cabo um processo de reflexão quase simultâneo, um processo de reforço mútuo”.
“No caso da NATO a revisão do conceito estratégico será concluída até à Cimeira de 2022 e no caso da UE a definição da Bússola Estratégica deverá estar concluída em março de 2022”, devendo existir sinergias entre estes duas conceitos, conforme lembrou a Socialista, para reforçar que com a saída das tropas ocidentais do Afeganistão, ficou visível “a dependência europeia do poder militar dos EUA, e acabou por impulsionar o debate sobre a importância de uma estratégia europeia futura em matéria de defesa e segurança”.
“A experiência no Afeganistão acabou por funcionar como catalisador para acentuar a importância de aumentarmos o nível de ambição na bússola estratégica. Ou seja, o sentimento de que a Europa tem de saber defender e promover os interesses estratégicos da UE, mesmo quando não há outros parceiros que os considerem interesses estratégicos, nomeadamente os EUA e a NATO”, frisou Lara Martinho, para salientar a necessidade de se ter uma relação com os EUA e a NATO, no sentido de se poder agir quando a NATO e os EUA não têm o mesmo interesse que a UE.
Esta terceira edição do Seminário de Defesa Nacional, que se realiza no Instituto da Defesa Nacional, em Lisboa, analisará, entre outros temas, os conflitos híbridos e as grandes transformações geopolíticas, os documentos estratégicos em preparação na NATO e na União Europeia, o impacto das tecnologias emergentes e disruptivas na Defesa, bem como as questões do Espaço.
Com o objetivo de identificar desafios relevantes para a Defesa, este seminário pretende continuar a promover uma maior abertura da Defesa Nacional à sociedade, aproximando-a dos portugueses com um debate mais alargado e enriquecedor, num encontro organizado pelo Ministro da Defesa Nacional, em parceria com o Instituto da Defesa Nacional, que contou com a intervenção de Javier Solana, Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança Comum entre 1999 e 2009.