Os vereadores eleitos pelo Partido Socialista à Câmara Municipal da Ribeira Grande, Lurdes Alfinete e Artur Pimentel, votaram contra o Orçamento e Plano da Ribeira Grande, em reunião de Câmara e Assembleia Municipal, por estes documentos “não servirem a Ribeira Grande no presente nem desenharem, sequer, uma estratégia de melhoria num futuro próximo”.
Após uma “exaustiva análise”, os vereadores concluíram que os documentos construídos pelo Executivo do PSD “não espelham a sustentação e a desejada evolução do concelho da Ribeira Grande”.
Para Lurdes Alfinete, a Ribeira Grande “deve ser um território próximo apesar das assimetrias, evoluído e com qualidade de vida, que aposte em áreas tão basilares como a Saúde, a Habitação, a Educação e a Cultura, a Economia e as Acessibilidades”.
Os socialistas realçam o “regresso à aposta nos grandes eventos de animação turística”, lamentando que “o investimento na Cultura fique pelo caminho”, embora reconheçam como “positiva, ainda que manifestamente insuficiente, a inclusão de 50 mil euros para um Plano de Atividades do Teatro Ribeiragrandense”.
Lurdes Alfinete lamenta, igualmente, a “ausência de respostas no apoio à Habitação e à fixação de jovens casais, apesar das promessas eleitorais de Alexandre Gaudêncio”, uma vez que as verbas destinadas à Habitação representam apenas 2,11% do investimento previsto pela Autarquia para 2022.
A socialista desafiou o Município a “replicar o modelo das Cooperativas”, permitindo “um desafogo financeiro e a autoconstrução financiada e deslocalizada pelas nossas 14 Freguesias”.
“Por mais um ano, não teremos na Ribeira Grande um Plano Diretor Municipal (PDM), o que denota bem a falta de arrojo e de visão estratégica deste executivo, no ordenamento territorial do concelho”, sublinhou Lurdes Alfinete.
A vereadora socialista criticou, ainda, o défice de investimento na Educação, uma vez que o Executivo de Gaudêncio opta pela “mera manutenção nesta área”, quando “poderia e deveria apostar numa escola mais integrada com a comunidade, como é, também, competência autárquica”.
Lurdes Alfinete alertou para o “desaparecimento da Saúde das opções do Executivo do PSD para 2022, mesmo após tudo o que foi prometido nas últimas eleições autárquicas”.
“Porque não avança a Autarquia com um projeto para um novo Centro de Saúde? Ou uma proposta de cedência de terreno? Porque não dá a Câmara Municipal prioridade ao combate efetivo às Dependências em vez de se ficar pelas palavras?”, questionou Lurdes Alfinete.
Além disso, a Câmara Municipal de Alexandre Gaudêncio apresentou o Plano “mais oneroso de sempre, aumentando exponencialmente o número de Divisões e dos correspondentes cargos de nomeação e de gestão intermédia”.
Lurdes Alfinete considerou, ainda, que o Município “poderia ir mais longe no Apoio Social e no Desporto, por exemplo”.
Por outro lado, a vereadora socialista lamentou que Gaudêncio “continue a privilegiar as Juntas de Freguesia do PSD”, realçando que “não houve uma única obra atribuída às freguesias socialistas”.
“Na gestão de dinheiros públicos continuamos a assistir a um saldo de tesouraria na ordem dos 6 milhões de euros, mas a Câmara não é capaz de devolver 500.000€ de IRS aos Ribeiragrandenses. Com Alexandre Gaudêncio, a Câmara Municipal da Ribeira Grande não investe, amealha”, finalizou a vereadora socialista, Lurdes Alfinete.