Os Vereadores do Partido Socialista à Câmara Municipal de Ponta Delgada, abstiveram-se na votação do Plano e Orçamento para 2022, por considerarem que os documentos se caraterizam “pela manutenção da continuidade” e não traduzem “um novo rasgo gestionário e estratégico para a Cidade e para o Concelho”.
Durante a reunião camarária desta segunda-feira, os Socialistas revelaram esperar que os documentos apresentassem “mais inovação e uma diferenciação que consubstanciasse uma verdadeira rutura com a gestão anterior”.
Nesse sentido, e considerando expectável uma clara mudança em áreas como a Habitação, Educação e mobilidade, “com a apresentação de ações e investimentos que traduzissem, desde já, outra dinâmica e um novo modelo de desenvolvimento para o Concelho”, os Socialistas referiram que, da análise realizada às demonstrações financeiras submetidas a votação, “2022 se caracterizará pelo mero estudo de soluções a implementar, eventualmente, em futuros exercícios económicos, e pelo pagamento de compromissos assumidos pela anterior gestão do executivo camarário”.
Segundo André Viveiros, o Município poderia ter demonstrado outra disponibilidade de auscultação pública na elaboração dos documentos e na assunção dos compromissos de investimento para o próximo ano, ao reunir, por exemplo, com todas as Juntas de Freguesias, no intuito de ter uma perspetiva global dos projetos necessários para o Concelho, porque, conforme refere, “existem freguesias que não foram contempladas com investimentos inscritos em Plano para 2022, havendo outras que foram sobejamente bafejadas com múltiplos investimentos nas mais diversas áreas”.
“É determinante para uma verdadeira implementação de políticas de coesão territorial e social, promotoras de desenvolvimento harmónico, que, anualmente, se programem e executem investimentos em todas as freguesias, respeitando critérios de proporcionalidade e equidade conducentes ao progresso integrado do Concelho”, acrescentou o Vereador Socialista.
Na ocasião, André Viveiros teve ainda a oportunidade de sublinhar que com a metodologia preconizada, a distribuição de investimentos por todas as freguesias ao longo dos anos, não só introduziria “mais justiça e um tratamento igualitário às autarquias e munícipes do Concelho, sem esquecer a dimensão e a especificidades de cada uma, como também incutiria outra abrangência na programação e elasticidade das intervenções a realizar ao longo do mandato”.