“É um profundo desrespeito pelos direitos, liberdades e garantias da população Açoriana, o Governo Regional dispensar vacinas que estão a ser disponibilizadas à Região, para vacinar os mais novos”, afirma Tiago Lopes, questionando a opção do executivo. “Havendo disponibilidade de vacinas, com que fundamento o Governo Regional priva crianças dos 5 aos 11 anos de serem vacinadas, caso as famílias assim o entendam? Com que fundamento restringe a população Açoriana de aceder a um cuidado de saúde essencial no atual contexto Pandémico?”.
Para o deputado do PS/Açores, “apesar do Governo Regional esconder informações”, tem sido possível, “através da comunicação social, saber do crescente número de casos positivos de COVID-19 em estabelecimentos de ensino nos Açores”. Esta situação, diz, “torna ainda mais incompreensível a decisão deste executivo de teimosamente se recusar a vacinar a faixa etária da população mais nova”.
“Até quando vai o Governo Regional continuar a ignorar a informação, nacional e internacional, que confirma que a variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2 pode originar uma incidência mais elevada nas crianças com 5 a 11 anos?”, questiona.
Não é aceitável, acrescenta o parlamentar do PS/Açores, que “sobre a vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos, que já avançou território continental e na Região Autónoma da Madeira, os Açorianos continuem sem ser informados e esclarecidos”. Não colhe, acrescenta, que “o Governo se continue a desculpar com ainda - sublinhe-se o ainda – estar focado na vacinação dos adultos e idosos mais vulneráveis”.
Tiago Lopes recorda que “o Grupo Parlamentar do PS/ Açores, já antes do início do ano letivo, chamou a atenção para a pertinência da vacinação de crianças e jovens”, mas “lamentavelmente, o Governo continua a adiar a medida - como que não querendo dar razão a quem apresentava fundamentadamente as mais-valias da medida – mesmo tendo sido noticiado que “desde setembro foram registados mais de uma centena de casos de COVID-19 nas escolas, bem como sete dezenas de turmas foram colocadas em isolamento profilático”.
Tiago Lopes também lamenta “a falta de informação rigorosa, os dados contraditórios, a redução de testes de despiste e a inconstância nas medidas implementadas” que, acrescenta, “confirmam o desnorte e a falta de transparência na atuação do Governo Regional e impedem os Açorianos de conhecer a real evolução da situação epidemiológica na Região”. Esta postura, acrescenta, “está a gerar muita instabilidade, principalmente numa altura em que a deslocação de pessoas para os Açores e entre ilhas está a aumentar”.
O deputado do PS/Açores alerta para o “baixo” o número de testes de despiste diariamente realizados, principalmente “quando uma nova variante do vírus SARS-CoV-2 prolifera e em que se aproximam as épocas festivas do Natal e de Fim de Ano”. E, acrescenta, essa redução na testagem também explica porque é que “o número médio de casos diários nos Açores é o mais baixo a nível nacional”.
Tiago Lopes alerta também para a avaliação mais recente feita pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge: “No que concerne à curva epidémica e aos parâmetros de transmissibilidade da infeção por SARS-CoV-2, a Região Autónoma dos Açores possui o maior índice de transmissibilidade de todas as Regiões do País – 1,16”.
Já quanto aos dados comunicados diariamente pela Autoridade de Saúde Regional, o parlamentar lamenta que sejam “cada vez mais reduzidos e telegráficos”, impedindo o conhecimento sobre a real evolução da pandemia dos Açores e confirmando a “opacidade deste executivo no combate à pandemia na Região”.