O Grupo Parlamentar do PS questionou como é que o Governo Regional pretende monitorizar a praga das térmitas nos Açores, após notícias vindas a público de que o Executivo terá terminado a monitorização desta infestante realizada por um técnico superior, elemento do grupo de trabalho da Equipa de Monitorização e Controlo das Térmitas nos Açores, do Grupo da Biodiversidade dos Açores.
Num requerimento entregue na Assembleia Regional e subscrito por deputados de todas as ilhas onde se identificou esta praga, os socialistas valorizam o trabalho efetuado ao longo dos anos por especialistas da Universidade dos Açores e consideram que este “permitiu a constante atualização dos mapas de infestação e conhecimento por parte dos proprietários de imóveis, promovendo a sua segurança”.
Nos Açores existem quatro espécies de térmitas: Kalotermes flavicolis (térmita de madeira viva), Cryptotermes brevis (térmita de madeira seca) e Reticulitermes grassei e Reticulitermes flavipes (térmitas subterrâneas).
Joana Pombo realça que foi “através deste trabalho da Universidade dos Açores, feito há cerca de 20 anos, que se sabe hoje que as térmitas estão presentes em 31 freguesias de seis concelhos da Região”.
A parlamentar socialista explica que, dada a opção assumida pelo Secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Alonso Miguel, de que esta monitorização seria agora assegurada por técnicos dos serviços de Ambiente do Governo Regional, os socialistas pretendem saber “qual o procedimento a realizar para a monitorização de todas as espécies de térmitas, em todas as ilhas, uma vez que cada uma apresenta um ciclo de vida distinto”.
Joana Pombo, que subscreve o requerimento, revela que o GPPS questionou o Governo sobre “qual a data agendada para o início da monitorização em 2022” e, também, “como será realizada a análise científica dos resultados obtidos nas amostragens e a análise de novos métodos de erradicação”.
Joana Pombo realça que o Governo dos Açores “deve continuar a assegurar a publicação anual dos mapas de infestação, tal como vinha sendo feito, garantindo o acompanhamento da evolução desta praga, ao longo do tempo”.
Os socialistas pretendem também que o Governo Regional explique “que procedimento de erradicação da espécie de térmita subterrânea da ilha de Faial, está previsto para substituir o que não foi implementado”.
“Queremos saber qual o ponto de situação dos processos de erradicação da térmita da madeira seca nas ilhas de Santa Maria, Pico e São Jorge, que estava a ser desenvolvido pelo Governo”, explicou a deputada do PS.
O PS pretende, ainda, conhecer “qual o planeamento a médio-longo prazo para a monitorização das térmitas, que vise limitar a expansão das zonas de risco, nas ilhas já identificadas”.
“Nos últimos 20 anos e até aos dias de hoje, foi gerado e divulgado conhecimento científico, através dos relatórios anualmente publicados, tendo sido possível conhecer e combater esta infestação”, salientou a socialista, eleita por Santa Maria.
Joana Pombo alertou que os últimos dados que temos “reportam a 2020, porque este governo decidiu suspender a monitorização de térmitas, com o cenário mais provável ser uma proliferação não monitorizada pelas nossas ilhas”.
“Para o Grupo Parlamentar do PS, isto é preocupante e o Governo dos Açores, que mudou procedimentos implementados há 20 anos, deve explicar aos Açorianos como é que vai monitorizar e combater esta praga, até porque o Plano e Orçamento para 2022 apenas prevê 6.000 euros para este fim”, sinalizou a deputada do PS, Joana Pombo.