Célia Pereira, deputada do PS/Açores, destacou, esta quarta-feira, a evidente desumanização do serviço de oncologia do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), para alertar para um conjunto de circunstâncias que têm gerado “angústia e incerteza” entre os doentes deste serviço.
Dando nota do desmoronar do serviço hospitalar, anteriormente reconhecido “pela excelência e qualidade de atendimento e atos médicos”, a parlamentar socialista considerou que “em poucos meses, este serviço passou a ser um serviço no qual ao cancelamento de consultas, se soma a vinda de clínicos do território nacional para, sem registo de continuidade ou proximidade, assegurarem consultas a doentes particularmente vulneráveis, com quadros clínicos sensíveis e de elevado risco”.
Intervindo durante o debate de uma petição apresentada por doentes oncológicos, que solicitava o regresso de Graça Faustino, a colaboradora mais antiga do Serviço de Oncologia desta unidade, Célia Pereira referiu um conjunto de circunstâncias promovidas pelo Conselho de Administração do HDES que têm gerado incerteza entre os doentes.
“Os peticionários registam, deste logo, o súbito afastamento do fundador do serviço de oncologia do HDES, Dr. Rui San-Bento, mas também a reclamação efetuada ao Secretário Regional da Saúde e Desporto e ao Provedor do Utente da Saúde, quanto ao cancelamento de consultas de oncologia a partir de setembro de 2021”, frisou.
Defendendo que este conjunto de factos, mas em específico o afastamento de Graça Faustino, transpõe o limite da compreensão dos doentes oncológicos que com ela lidaram, a deputada do GPPS frisou que os representantes do Conselho de Administração do HDES, em audição na Comissão de Assuntos Sociais, referiram “que a mobilidade desta funcionária para outro serviço não é um caso isolado”.
Célia Pereira lamentou que os partidos da coligação que sustenta este governo tivessem chumbado a audição do responsável do Serviço de Oncologia, tendo sido “impossível responder a outras questões que também importa esclarecer”.
“Graça Faustino encontra-se de baixa médica desde o dia em que a transferência lhe foi proposta por este Conselho de Administração, o que dá bem nota das consequências desta decisão unilateral, que só veio prejudicar o serviço de oncologia do HDES”, finalizou a deputada do GPPS, Célia Pereira.