O Partido Socialista dos Açores defendeu, esta quarta-feira, a necessidade urgente de que a regulamentação e operacionalização do Fundo de Capitalização das empresas açorianas deva ser feita na Região, por entidades que conhecem a realidade regional, e que poderão garantir que a disponibilização destes apoios avance no imediato.
De acordo com Miguel Costa, que falava à margem de uma visita à empresa Insula Atlantis – Enoturismo, na ilha do Pico, o Governo Regional optou, por sua vez, por operacionalizar o montante de 125 milhões de euros, previsto no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, e destinado à capitalização das empresas regionais, através do Banco Português de Fomento, ficando esta entidade nacional responsável pela gestão das verbas destinadas aos Açores, o que para o socialista se traduz “numa má opção”.
Para o dirigente socialista, ao colocar a gestão de verbas, “consideráveis e importantes”, numa entidade que não tem o conhecimento da realidade das empresas açorianas, nem das suas especificidades, o Governo Regional contribuiu para que “as empresas regionais não possam aceder, no imediato, a esses valores”, sendo que a disponibilização desses montantes é “imperativo e urgente”, para fazer face ao atual momento que atravessamos.
“Estes apoios, no nosso entender, deviam estar já operacionais, até para as empresas poderem aceder no imediato”, referiu o socialista, para salientar que “quando vivemos tempos de verdadeira instabilidade, com o aumento exponencial dos custos de produção, é urgente assegurar financiamentos que garantam a sustentabilidade empresarial”.
Nesta ronda de contactos que o Partido Socialista dos Açores está a promover com empresas e entidades açorianas, por forma a proceder a uma análise da situação económica regional, Miguel Costa alertou ainda para o facto de os Açores serem a única região do país que tem vindo a aumentar a taxa de desemprego, de acordo com os dados mais recentes do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
“Face ao contexto difícil que atravessamos é preciso fazer mais”, defendeu o socialista, para salientar ser necessário que este apoio chegue o quanto antes às empresas, por forma a “garantir uma estabilidade empresarial e com ela garantir, igualmente, a estabilidade do emprego e até o seu aumento”, referiu.
Segundo Miguel Costa, e face à situação limite que as empresas estão a viver, importa que sejam adotadas medidas imediatas, mas, o que se assiste é a “uma estagnação e a uma inércia por parte deste Governo Regional que tem ao seu dispor estes instrumentos e não consegue executá-los”. Para o socialista, “é lamentável que perante uma situação limite como esta, não podermos estar já a usufruir desses apoios que são vitais para a economia da Região”, referiu.