O dirigente do Partido Socialista dos Açores, José Miguel Toste, destacou, esta quinta-feira que a reação do PSD/Açores à recandidatura de Vasco Cordeiro enquanto líder regional do PS, é demonstrativa de estar mais preocupado “com o futuro, a mudança e a regeneração na vida interna do maior partido dos Açores”, do que com “o presente pantanoso e cada vez mais instável de uma governação regional resultante da maioria negativa que formou”.
Para José Miguel Toste, “o uso de uma linguagem de menorização do exercício de oposição, assente na utilização da expressão ‘ataques’ para resumir todo e qualquer ato de escrutínio, prepositura ou opinião política, aliado ao facto de serem ignorados os fundamentos apresentados por Vasco Cordeiro para a sua recandidatura, porque contrários à narrativa falaciosa que procuram incutir na opinião pública, evidencia, uma vez mais, que o pretendido pelo PSD não é um efetivo diálogo democrático, mas sim a transformação do espaço mediático num campo de guerrilha político-partidária, e com isto o Partido Socialista dos Açores não compactua”.
Assim sendo, importa, no entender do socialista, deixar claro que no PS/Açores não existe qualquer desespero com a perda de poder, pelo contrário, “o partido compreendeu o que Povo Açoriano sinalizou, ou seja, que apesar de não querer mudar o PS/A, porque nele votou maioritariamente, queria que o PS/A mudasse, e é na plena compreensão do sentir do Povo Açoriano, e não em meros estados de alma, que se alicerça a visão de futuro, a vontade de mudança e a renovação geracional do PS/A que ficarão patentes no próximo congresso regional e serão a base de uma alternativa estável e credível à atual governação.”
“Não obstante a grande preocupação velada do PSD/A ser o futuro e a mudança no PS/A, a verdade é que o esconde, optando por evocar a atuação de um governo passado, ignorando o pântano do governo presente, e esquecendo por completo o futuro dos Açorianos. No entanto, a utilização de uma retórica mesquinha de apontar para trás quando se é manifestamente incapaz de apontar em frente, torna-se ainda mais censurável quando se constrói uma narrativa que é falsa”, afirmou.
Segundo refere José Miguel Toste, “é categoricamente falso que o PS/A tenha deixado um legado de dívidas”, sendo, precisamente o atual executivo regional quem compromete a estabilidade das contas públicas e o futuro das gerações vindouras, “ao aumentar, numa atuação irresponsável, em 280 milhões de euros a dívida da Região, tendo um défice três vezes mais elevado que o país, no final de 2021, e emitindo 455 milhões de euros em dívida pública a dez anos com um cupão anual de 2,163%.
Acrescenta ainda ser falso que o PS tenha deixado os piores indicadores sociais do país, salientando que em 2020, de acordo com os dados do INE, “os Açores foram a região do país que, pelo segundo ano consecutivo, mais baixou no indicador respeitante ao risco de pobreza, menos 6,6 pontos percentuais”, deixando de ser, à época, a Região com a taxa mais alta neste indicador.
A este dado acresce, conforme referiu o dirigente o PS/Açores, o legado da Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, bem como o legado, na área do emprego, ferramenta por excelência do combate à pobreza, da taxa de desemprego mais baixa do país, que passado um ano do início desta governação era já a taxa mais alta, “o que diz muito sobre o legado deixado e, ainda mais, sobre a incapacidade do atual governo de o manter, numa área tão essencial ao desenvolvimento da Região”
“Mas é, ainda, manifestamente falso que as empreitadas dos Centros de Saúde de Velas e das Lajes do Pico tenham sido deixadas ao abandono pelo anterior executivo, apesar de inacabadas, o que é natural quando se trabalha em prol dos Açorianos do primeiro ao último dia do mandato. Atente-se que foi Vasco Cordeiro quem, na qualidade de Presidente do Governo Regional, em junho de 2020, manifestou publicamente a sua insatisfação com o andamento lento da obra do Centro de Saúde de Velas, o que é o contrário de abandono, e que, em relação à empreitada do Centro de Saúde das Lajes do Pico, aquando da mudança do executivo, esta encontrava-se suspensa em virtude da necessidade de execução de uma segunda empreitada relacionada com a substituição da cobertura do edifício, conforme publicamente divulgado pelo Governo Regional em resposta ao requerimento n.º 974/XI, o que, uma vez mais, é o oposto do abandono.”
Por último, José Miguel Toste referiu ainda que, “ao contrário do afirmado pelo PSD, se fosse uma decisão do PS/A, pelo menos desde 21 de março de 2022, que o preço dos combustíveis estaria mais baixo, pela redução do ISP, que foi injustificadamente rejeitado pelo Governo Regional de coligação negativa”.