O grupo municipal do Partido Socialista na Câmara Municipal da Horta apresentou, durante a última Assembleia Municipal, um voto de protesto pelo esvaziamento político da ilha, consequência da remodelação governamental promovida pela coligação PSD/CDS/PPM.
Para Rui Santos, líder da bancada municipal socialista, com esta mudança de pastas e de novos protagonistas, “o Faial viu ser-lhe retirada importância”, que conduziu a um esvaziamento político que começou, conforme recordaram, “com a saída do gabinete do secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural e posteriormente a saída da Direção Regional das Comunidades, bem como da Inspeção Regional do Turismo”.
Como se não bastasse, os socialistas recordam ter sido também extinta a secretaria regional da Cultura, Ciência e Transição Digital, até então sediada no Faial, bem como da respetiva secretária regional.
“Porquê? Perguntamos! A sua saída do Governo deveu-se a quê? À fraca prestação política ou por inexperiência política? Por desadequação para as funções?”, questionou o deputado municipal, para perguntar ainda se esta remodelação se ficou a dever “às mudanças da dinâmica da vida social, económica e política” ou como forma de assegurar a “estabilidade governativa”, conforme justificou, na ocasião, o Presidente do Governo.
Seja quais tenham sido as razões, o grupo municipal do PS na autarquia Faialense referiu não deixar de ser curioso que o PSD/Faial, em campanha eleitoral, tenha apontado culpas ao Governo Regional da responsabilidade do PS de esvaziamento da ilha, mas que agora, e quando estão no Governo, já não mantenha a mesma opinião reivindicativa.
A este propósito, o PS/Faial lamentou que o PSD local confunda “esvaziamento de instituições com pessoas”, para manifestar que atualmente, “e à exceção dos membros do Governo com ligações ao PPM, o Faial não tem secretários, nem diretores regionais, que sejam do PSD”.
Lamentando que o PSD/Faial, que tanto reivindicou “mais secretarias e empresas para o Faial, acusando o anterior Governo do PS de esvaziamento político da nossa ilha, se mantenha, agora, em silêncio e sem capacidade de intervenção política e partidária na defesa do Faial”, excetuando, conforme reforçaram, “a última intervenção do Presidente da Comissão Política de ilha do PSD que aguarda uma comunicação do Presidente do Governo para que a ex-secretária regional seja nomeada para um cargo, com a dignidade que uma ex-secretária merece, o de presidente do Conselho de Administração da Atlânticoline”.