Lubélio Mendonça condenou esta sexta-feira a exoneração do médico da ilha do Corvo, e Presidente do Conselho de Administração da Unidade de Saúde de ilha do Corvo, Dr. António Salgado, mais um ato “desprovido de sentido” e o “mais recente exemplo de um saneamento político por parte deste Governo Regional”.
O dirigente socialista classificou este como “mais um episódio lamentável”, que “demonstra bem como é que a Região está a ser gerida, com um Governo que cede a todas as pressões dos seus parceiros da coligação, que ora extingue um cargo de provedor, ora nomeia a esposa de um administrador para um hospital, ora exonera um médico competente e a cumprir bem a sua missão, talvez com alguma segunda intenção”.
“É lamentável que se verifique mais uma situação destas, especialmente numa ilha como o Corvo, que conta apenas com um médico para o acompanhamento de toda a população, funções que têm sido asseguradas pelo Dr. António Salgado com brio e competência, ao longo dos últimos anos”, salientou o dirigente do PS, na cidade da Horta.
O socialista recordou que o profissional de saúde em causa foi nomeado em 2020 pelo anterior Governo, suportado pelo Partido Socialista, tendo a sua permanência como médico da ilha do Corvo sido colocada em causa, o que despoletou uma petição no ano passado, pedindo a sua continuidade em funções.
Esta petição, acabou por não subir a plenário, travada pelo PSD e pelo CDS-PP, com o pretexto de que este Governo acabou por nomear o Dr. António Salgado em dezembro de 2020 como Presidente do Conselho de Administração da USI Corvo.
“Não percebemos esta decisão agora. Não há qualquer fundamento para a exoneração do Dr. António Salgado, um médico que manifestou, desde logo, disponibilidade para se fixar na ilha do Corvo, que presta bons serviços à população, que é por todos reconhecido e que mantém com todos excelentes e cordiais relações”.
Lubélio Mendonça apontou, ainda, que “não colhe a explicação de Clélio Meneses para esta exoneração”, porque “não há registo de qualquer má articulação entre os 3 membros do Conselho de Administração da USI do Corvo, presidida pelo Dr. António Salgado”.
“Não existindo motivos técnicos para o seu afastamento, apenas uma causa política pode estar na base desta má decisão, conforme é perceção do próprio médico, expressa em declarações à comunicação social”, salientou.
Lubélio Mendonça recordou que o próprio Presidente do Governo, José Manuel Bolieiro, na sua qualidade de candidato dizia, em junho de 2020, que “acompanhava a reivindicação da comunidade Corvina em manter este médico em funções” até porque, nas palavras do próprio, “existia um encontro de vontades entre a população e o profissional de saúde em causa”.
O socialista revelou ter recebido, em poucas horas, “dezenas de chamadas de corvinos a querer travar esta injustiça”, de modo a “preservar o acompanhamento médico das pessoas do Corvo, que tem sido feito sem mácula, ao longo dos últimos dois anos”.