O Partido Socialista dos Açores manifestou, esta segunda-feira, a sua preocupação face “a um conjunto de dúvidas, informações e problemas” que marcam o início deste novo ano letivo, defendendo que em matéria de Educação esta não pode continuar a ser gerida “de forma tão negligente e desorganizada”.
Para Carlos Silva, membro do Secretariado Regional do PS/Açores, que assinalava a importância deste dia para a vida coletiva dos Açorianos, “ao contrário do Governo que se ausentou da Região”, estas são questões que importa torná-las públicas, assinalando estarem a ser tomadas, na área da Educação, “atitudes muito pouco sensatas”.
“Referimo-nos, por exemplo, à indefinição sobre o número de Professores, sobretudo nas ilhas mais pequenas (Corvo, Flores, Santa Maria e Graciosa). Falamos ainda da tendência decrescente do número de alunos, dos problemas com a implementação dos manuais digitais, da falta de Pessoal Não Docente e da confusão sobre os mecanismos que permitam manter os assistentes operacionais, que já fazem com que algumas escolas possam não reabrir ou ponderem fechar alguns serviços”, assegurou o socialista.
Segundo o dirigente do PS/Açores “há escolas em risco de não abrirem por falta de assistentes operacionais, apenas por opção do atual governo regional”, “há escolas que não estão devidamente equipadas, em que a rede de wi-fi instalada é insuficiente e os manuais digitais não estão disponíveis”.
A este propósito, e lembrando os sucessivos alertas do Partido Socialista ao Governo, no sentido de preparar, atempadamente, a utilização dos manuais digitais, Carlos Silva estranha que não tenha sido apresentada às comunidades educativas uma avaliação ou informação sobre a forma como decorreram os projetos-piloto que ocorreram, no ano letivo passado, em São Miguel e na Terceira, questionando assim o executivo se “avaliou estas experiências e quais os resultados obtidos”.
Considerando ter sido este um processo “feito em cima do joelho, sem a devida preparação e envolvimento da comunidade escolar”, o socialista assegura que o Governo dos Açores e em particular a Secretária Regional da Educação não preparou devidamente o início do novo ano letivo, alertando para o facto de a implementação dos manuais digitais não ter sido um processo trabalhado com as escolas.
“Assistimos a uma desorganização total. E isso é não só lamentável, como altamente condenável, pelas dificuldades e desconforto criado entre a classe docente, que tem de se organizar e planificar as aprendizagens, mas, também, entre as crianças e jovens”, referiu.
Em conferência de imprensa, Carlos Silva, membro do Secretariado Regional do PS/Açores, manifestou ainda ter ficado surpreendido com o despacho publicado pela Secretaria Regional da Educação e Assuntos Culturais, para constituição da Comissão Coordenadora do PROSUCESSO e as equipas em cada escola, dado que o Governo tinha anunciado que iria substituir este plano, pela Estratégia da Educação para a Década.
Assim, e conforme questiona o socialista, importa esclarecer se “continuam as metas deste plano” e “que taxas se atingiram no ano letivo 2021/2022”, perguntando ainda sobre as razões que levaram ao fim “do acompanhamento científico da Parceria de Intervenção Comunitária e do acompanhamento junto das escolas”.
Alertando para um conjunto de atitudes “muito pouco sensatas”, que têm vindo a ser tomadas, de que é exemplo, também, o afastamento da antiga coordenadora do Serviço Educativo - Museu de Angra do Heroísmo, Carlos Silva destaca o caminho percorrido pelo Partido Socialista em matéria de educação, sempre em parceria com a comunidade escolar e com os sindicatos.
“Realço, a título de exemplo, a criação do Estatuto de Carreira Docente na Região, a alteração ao regime de criação, autonomia e gestão das unidades orgânicas do sistema educativo regional, a regulamentação do procedimento para assistência jurídica ao pessoal docente da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, a recuperação do tempo de serviço prestado em funções docentes, o Estatuto do Aluno dos Ensinos Básico e Secundário, o Currículo Regional do Ensino Básico, entre mitos outros pontos”, sublinhou.
Com os alunos no centro das políticas de educação do Partido Socialista, Carlos Silva refere terem sido criadas medidas de promoção do sucesso escolar que foram essenciais para alterar as metodologias de ensino, relevando, por isso, que “ao contrário de outros, nunca nos faltou – nem faltará – a humildade para alterar e aperfeiçoar as nossas políticas, ouvindo todos, em benefício dos Açorianos. Porque para o PS/Açores, neste primeiro dia, tal como nos restantes, a nossa prioridade é estar na Região”.