Berto Messias realçou que o Plano e Orçamento aprovado para 2023 “não responde à conjuntura que se vive nos Açores” por “cortar 140 milhões de euros no investimento público no próximo ano” e porque “aquilo que é bom não é novo e aquilo que é novo não é bom”.
O deputado socialista falava após a votação final global do Orçamento dos Açores para 2023, no Parlamento Regional, um documento que foi aprovado com os votos dos partidos da direita e do PAN.
Berto Messias frisou que, pela primeira vez na história recente da nossa Autonomia, um Governo “não se chega à frente primeiro que o Governo da República e do que o Governo da Região Autónoma da Madeira, para criar um programa de emergência social que permita às famílias, às empresas e às instituições Açorianas conseguirem responder à crise que, infelizmente, já todos sentimos”.
“Foi isso que os governos do PS/Açores fizeram aquando da crise do suprime e aquando da crise pandémica, implementando um Programa de Emergência Económica e Social, que contou, inclusivamente com o apoio dos vários partidos políticos representados no Parlamento dos Açores”.
O Partido Socialista apresentou no Parlamento um Plano de Emergência Social e Económica no valor de cerca de 46,3 milhões de euros, para permitir às famílias, às empresas e às instituições dos Açores lidar com a crise inflacionista que estamos a viver, uma medida rejeitada com os votos contra do PSD, CDS-PP, PPM, Chega, Iniciativa Liberal, deputado independente (Carlos Furtado) e PAN.
“Infelizmente, por revanchismo partidário e por ataque cego ao PS, sem perceber que dessa forma e com essa cegueira, estão a prejudicar as famílias, as empresas e as instituições dos Açores, a maioria da direita chumbou, sem apelo nem agravo, aquilo que o Partido Socialista apresentou”, lamentou Berto Messias.
O parlamentar socialista, que é também vice-presidente do PS/Açores, sublinhou a “falta de credibilidade dos documentos logo desde a fase de anteproposta” e as “muitas dúvidas”, que se “adensaram” ao longo das últimas semanas, em que o PS ouviu “inúmeros parceiros sociais e autarquias”. Dúvidas que o Governo Regional “não conseguiu esclarecer cabalmente”.
Berto Messias realçou a “incapacidade demonstrada por este Governo em executar verba ao longo de 2022” por, perto do final deste ano, o Governo ter executado “menos de metade daquilo que estava previsto para 2022”.
Messias evidenciou, igualmente, que o Governo tem demonstrado uma “imensa incapacidade para executar os fundos comunitários que tem à sua disposição no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, criticando também a sua “incapacidade de operacionalizar rápida e eficazmente aquilo que consta no Programa Operacional Açores 2030”.
O deputado do GPPS criticou os partidos que “andam nas redes sociais” e na “comunicação social a dizer que rasgaram acordos”, que se afirmam como sendo de “oposição”, salientando que “não o são”.
“Hoje provaram, mais uma vez, que estão ao lado deste Governo e desta coligação, violando de forma clara aquilo que tinham escrito nos seus programas eleitorais ou que está na sua matriz ideológica”, disse.
Berto Messias criticou os comportamentos de alguns membros do Governo que, ao longo desta semana, no Parlamento dos Açores, “atacaram, vilipendiaram, tentaram humilhar, fizeram afirmações e ataques insidiosos a Vasco Cordeiro e aos deputados do PS”, algo que “não é aceitável”.
“Esses ataques e essas ameaças não nos atemorizam. O PS aqui está, como sempre, disponível para todas as lutas, para todas as batalhas e comprometido com o futuro dos Açores e dos Açorianos”, finalizou o socialista, Berto Messias.