Tiago Branco realçou o papel das Escolas Profissionais na formação de mão de obra especializada e frisou que as dificuldades financeiras vividas por estas escolas poderiam ter sido evitadas, “caso o Governo Regional fosse parceiro, em vez de decidir deixá-las para trás”.
O deputado socialista, eleito pela ilha do Faial, falava esta quarta-feira à saída de uma visita à Escola Profissional da Horta.
Tiago Branco recordou que o Plano e Orçamento para 2023, aprovado pelos partidos da direita, “promove este ano um corte de 12 milhões de euros para a área da formação profissional” e que “em dois anos, este Governo reduziu o financiamento às escolas profissionais em mais de 80%”.
Outra questão que se coloca, explicou o deputado, é o “hiato de tempo que existe entre Quadros Comunitários de Apoio (QCA)”, o que gera a necessidade “de criar um mecanismo de financiamento que salvaguarde estas entidades enquanto não podem aceder a esses fundos”.
“Os Governos Regionais suportados pelo PS nunca deixaram cair as Escolas Profissionais, criaram sempre mecanismos de financiamento que permitiram às Escolas Profissionais suportar os intervalos entre QCA’s e manter as suas atividades, da melhor forma possível”, salientou.
Nesse sentido, Tiago Branco lembrou que este mecanismo intermédio de financiamento “já devia ter sido criado em 2021 e não só agora”, uma vez que o Quadro Comunitário de Apoio 2021/27 compreende as despesas de 2021”.
O parlamentar do PS/Açores criticou a solução apenas recentemente apresentada pelo Governo dos Açores por ser “tardia” e “mal definida e opaca”, uma vez que “não existe uma repartição do valor definido por todas as escolas profissionais, correndo-se o risco de um pequeno grupo de escolas absorver a totalidade de verbas, enquanto que outras podem vir a definhar”.
Tiago Branco acusou o Governo Regional da coligação de “propagandear muito a aposta na qualificação profissional”, sublinhando que “essas palavras bonitas não encontram suporte na realidade”.
“Num momento em que tanto se fala da falta de mão de obra, as Escolas Profissionais deviam ser vistas como um parceiro fundamental para a formação dos nossos quadros e reconversão de outros. A formação profissional tem também um relevante papel nas políticas de prevenção e combate ao abandono escolar precoce. O Governo Regional não pode continuar a assobiar para o lado como se nada fosse com ele, deixando o ensino profissional abandonado à sua sorte. Há que investir, há que não deixar cair, porque será muito mais difícil e caro recuperar as Escolas Profissionais do que ajudá-las, e aos seus alunos, nesta época de maiores dificuldades”, finalizou o deputado do GPPS, Tiago Branco.