O Parlamento dos Açores aprovou esta sexta-feira, por maioria, um projeto de resolução que recomenda ao Governo Regional que crie um Plano Regional de Poupança de Energia e Medidas de Apoio às Famílias e Empresas para Estabilização dos Preços de Bens e Serviços.
Intervindo no debate parlamentar, na cidade da Horta, Sandra Dias Faria defendeu que esta é “uma matéria que exige urgência na sua implementação”, sublinhando que o “aumento dos custos energéticos já vai fazer-se sentir na fatura deste mês de janeiro”.
A vice-presidente do GPPS realçou que os “novos aumentos anunciados para 2023 irão representar cerca de mais 4% nas instalações de baixa tensão, destinadas às famílias, e superior a 60% nas instalações de média tensão, destinadas às empresas e à indústria”, o que fará, certamente, “disparar os preços de bens e serviços para todos os Açorianos, em cima dos aumentos já suportados desde há um ano a esta parte”.
Sandra Dias Faria sublinhou que, para o Partido Socialista, é “urgente responder a esta questão com medidas objetivas, claras e exequíveis” e apelou ao Governo para escutar a sociedade civil, as associações, as empresas e associações empresariais”.
“Muitas entidades têm vindo a alertar para estas dificuldades. É o caso da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, da Federação Agrícola dos Açores, do Fórum da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores ou da Associação de Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores (AICOPA)”, frisou.
Sandra Dias Faria recordou os alertas lançados pela Delegação da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que transmitiu a preocupação com o “atraso no processo de avaliação das candidaturas ao SOLENERGE (programa de apoio à aquisição de painéis fotovoltaicos)”, uma oportunidade aproveitada por unidades hoteleiras que agora “aguardam o reembolso do investimento feito, justamente na altura em que veem agravada a sua fatura energética”.
A deputada socialista lembrou a postura proponente do PS/Açores, que já apresentou na Assembleia Regional a “criação de um programa de apoio ao aumento dos custos de produção das empresas que comparticipasse o aumento do custo de aquisição de fatores de produção, desde que esse aumento não se refletisse no preço de venda” e de um Plano de Emergência Social e Económica dos Açores, chumbado em novembro passado pelos partidos da coligação da direita.
“É urgente dar respostas às famílias e às empresas Açorianas, evitar que fiquem estranguladas e os postos de trabalho colocados em risco. A criação de um Plano Regional de Poupança de Energia e medidas de apoio às Famílias e Empresas permitirá, de alguma forma, conter os preços de bens e serviços e travar os aumentos. Porque para muitas famílias o que está em causa não é apenas pagar mais, mas sim escolher o que comprar e o que deixar atrás, sacrificando a aquisição de bens essenciais”, observou a deputada do GPPS, Sandra Dias Faria.