Carlos Silva realçou que, de acordo com declarações públicas avançadas ontem pelo Ministro das Finanças, Fernando Medina, o “Governo Regional dos Açores foi consultado em relação à saída do Presidente do Conselho de Administração da SATA, Luís Rodrigues, para a TAP”, tendo o Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro “sido sensível às preocupações e aos interesses da TAP e ajudado à saída de Luís Rodrigues da SATA”, mas “não foi sensível aos interesses da Região, da SATA e dos Açorianos”.
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS falava à saída de uma reunião convocada pelo Governo Regional para apresentar aos Grupos Parlamentares a proposta de caderno de encargos para a privatização da Sata Internacional - Azores Airlines, um documento estratégico para o futuro da Sata e que agora fica manchado pela instabilidade criada e pela falta de transparência ao longo de todo o processo.
Carlos Silva considerou que esta reunião com os partidos foi “um mero proforma”, porque o Governo apresentou aos partidos uma proposta de caderno de encargos para a privatização do Grupo SATA apenas para “o apresentar publicamente breves minutos depois, sem dar tempo aos deputados para analisar o que quer que seja”.
O parlamentar socialista reiterou que todo este processo de alienação da companhia aérea Açoriana é “pautado, desde o início, por falta de transparência”, existindo ainda “muitas dúvidas”.
“A Comissão Europeia aprovou a venda de 51% do capital da Sata Internacional a realizar até 2025, mas o Governo Regional tem pressa em vender já e até 85% do capital. Porquê tanta pressa?”, questionou.
“O Governo Regional diz que existe um estudo para a venda da maioria do capital social, que seria de 51%, mas pretende agora vender até 85%, o que nos preocupa”, salientou.
Carlos Silva assinalou “toda a instabilidade governativa que se vive neste momento na Região”, que considerou ser “demonstrativa de uma falta de liderança política por parte do Presidente do Governo Regional dos Açores”, lamentando que a esta instabilidade governativa “se some agora a instabilidade vivida na SATA pela saída de dois administradores no espaço de um mês”.
“Estas saídas num momento tão fulcral colocam dificuldades acrescidas à SATA e aos próprios trabalhadores e também ao processo de restruturação que estava a ser desenvolvido”, vincou o deputado do PS.
Carlos Silva manifestou a preocupação do PS com a “manutenção dos postos de trabalho”, uma vez que, de acordo com a informação disponibilizada pelo Governo, o caderno de encargos prevê que, “após trinta meses possam ser feitos despedimentos coletivos e extinção de postos de trabalho”.
Outra matéria que preocupa o PS, salientou, é que após este prazo de 30 meses “também não há qualquer garantia da manutenção das rotas não liberalizadas para o Pico, Faial e Santa Maria, ou da manutenção da sede da SATA/Azores Airlines nos Açores”.
“A SATA fica sem liderança num momento tão decisivo do seu plano de reestruturação, a proposta do caderno de encargos tem questões que nos preocupam. Estas são questões e dúvidas que persistem, em todo um processo que é envolto em polémica e falta de transparência”, finalizou o vice-presidente do GPPS, Carlos Silva.