Na sequência das declarações do PSD/Açores a propósito do acentuado descontrolo das finanças públicas regionais açorianas, denunciado pelo Presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, a Comissão Permanente do PS/Açores entende necessário esclarecer o seguinte:

1. O PSD/Açores não desmentiu, nem o poderia fazer, dado os números serem os do próprio Governo Regional, nem o aumento da dívida da Região em 501 milhões de euros, só em 2022, nem a incapacidade de o Governo Regional executar o Plano de Investimento, nem o risco dos Açores perderem fundos comunitários pela incapacidade do Governo Regional executá-los e de promover a sua execução.
2. As declarações proferidas pelo PSD/Açores limitam-se a repetir a já estafada lengalenga que os Açorianos conhecem, sempre que estão em causa omissões, erros e falhanços da responsabilidade do atual Governo: a culpa é do PS/Açores. Um dos principais problemas deste Governo Regional e dos partidos que o suportam é, exatamente, esse: preocupa-se mais com o PS/A do que com o futuro dos Açores e dos Açorianos.
3. É absolutamente falso que, em 2020, houvesse dívida escondida. A dívida que existia é a dívida que consta da Conta desse ano, da mesma forma que, queremos crer, a dívida que existia em 31 de dezembro de 2022, é a dívida que consta da Conta respetiva. Não pode também deixar de ser notado que, quem aprovou a Conta referente a 2020 foi já o atual Governo Regional do PSD, CDS e PPM, com o apoio do CHEGA e do Iniciativa Liberal. Por isso, os números que o PS/A tem referido na sua análise são, quer os relativos a 2020, quer os relativos a 2022, validados pelo atual Governo Regional.
4. O PS/A falou de dívida pública e o PSD/A respondeu com défice. Embora sejam realidades diferentes, e, portanto, as referências do PSD/A não constituam qualquer desmentido ao afirmado pelo PS/A, também no que se refere ao défice a situação, em 2 anos de mandato, piorou bastante com o atual Governo. De acordo com os dados do próprio Governo Regional, em 2021 o défice foi de 383.6 milhões de euros. Em 2022, cresceu para 413,8 milhões. São recordes sucessivos em dados profundamente negativos para o futuro dos Açores.
5. Tão ou mais importante do que os números, é aquilo que os Açorianos sabem e sentem: pagamentos a fornecedores em atraso; pagamentos de apoios em atrasos; recusa em devolver aos Açorianos o valor dos impostos cobrados a mais do que o previsto por causa da inflação e muitas outras situações que atestam um descontrolo progressivo e cada vez mais profundo das finanças públicas da Região. No fundo, a constatação por parte dos Açorianos de uma verdade cada vez mais evidente: o PSD, o CDS, o PPM, o CHEGA e o Iniciativa Liberal prometeram fazer melhor do que o Governo Regional do PS/A. Afinal, não fazem melhor. Não fazem igual. Fazem bastante pior.