Carlos Silva indicou, esta quinta-feira, que o Governo Regional do PSD-CDS/PP-PPM, apoiado pela IL e pelo Chega, devia “ter maior cuidado e ser mais proativo na resolução de problemas”, evitando assim “um certo desleixo ou desmazelo no tratamento de matérias relevantes para a nossa Região, como na preservação ambiental, na qualificação do destino turístico e na mobilidade dos Açorianos”.
O vice-presidente do grupo parlamentar do PS falava nas Sete Cidades, em Ponta Delgada.
“Nós visitámos aqui uma linha de água que continua completamente obstruída, quase dois anos após as intempéries que aqui aconteceram, mesmo depois de vários alertas do PS. Esta linha de água serve também de acesso a caminhos agrícolas e, neste momento, existem muitas dificuldades de acesso às explorações, por inação deste Governo”, apontou.
Carlos Silva realçou que as Sete Cidades são “um dos cartões de visita da ilha de São Miguel”, lamentando que o desmazelo do Governo Regional se traduza “numa imagem que não dignifica a Região e não valoriza aquele que é um destino turístico sustentável, reconhecido por todos”.
O deputado do PS lamentou, por outro lado, o “silêncio em que o Governo Regional está mergulhado” relativamente à incerteza sobre a continuidade da operação da Ryanair para os Açores, sublinhando que “o que se sabe, sabe-se pela comunicação social”.
“O Governo Regional está a deixar a situação da Ryanair andar sem intervir e o que nós sabemos é que há um risco de, a partir de outubro, a Ryanair deixar de operar para os Açores, o que coloca em risco não apenas os fluxos turísticos, que são relevantes, mas sobretudo a mobilidade dos Açorianos”, frisou o socialista.
“O que é dito pela Ryanair é que o Governo Regional não se tem mostrado interessado na resolução do problema. Porque é que o governo não está interessado que a Ryanair fique nos Açores? O que é que o Governo tem feito nos últimos meses?”, questionou.
Carlos Silva lembrou que a Azores Airlines está num processo de privatização que pode “ir até aos 85%”, alertando que isso, associado à incerteza sobre a Ryanair, acrescenta “pressão adicional” e “coloca em causa a mobilidade dos Açorianos”.
Carlos Silva abordou ainda a necessidade da Região avançar, rapidamente, para um novo ordenamento turístico, recordando que, em 2020, o Governo Regional da responsabilidade do PS “tinha já tudo preparado para apresentar um novo Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA)”, um projeto que “ficou em stand-by devido à pandemia”.
O parlamentar frisou que este Governo Regional da coligação apresentou, em 2022, uma proposta de POTRAA “completamente desatualizada”, que retirou “à pressa devido às críticas dos parceiros sociais”, salientando que passado um ano e meio, “nada sabemos sobre o novo POTRAA”.
“Ao mesmo tempo que nós assistimos a uma pressão turística elevada em determinados locais e também a um impacto que o turismo começa a ter no dia-a-dia dos Açorianos, como no preço das habitações, o que verificamos é um padrão que é preocupante, que é o desmazelo e o desleixo do Governo Regional do PSD-CDS/PP-PPM, com o apoio da IL e do Chega, que tem de ser mais proativo, menos reativo e que deve intervir rapidamente na resolução dos problemas com que se vai deparando”, finalizou o vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Carlos Silva.