A deputada Marlene Damião, em representação do Grupo Parlamentar do PS/Açores, expressou hoje, uma profunda preocupação com o agravamento das condições de vida e os problemas crescentes no setor económico e nos transportes da Região, evidenciando a incapacidade do atual Governo da coligação em apresentar soluções eficazes no Plano e Orçamento de 2025.
"Os Açorianos enfrentam uma situação de grande incerteza no setor dos transportes, com a crise na SATA e a redução abrupta nas operações da Ryanair durante o Inverno IATA, colocando em causa a continuidade destas operações e impactando negativamente a mobilidade e a mitigação dos efeitos da sazonalidade turística," apontou Marlene Damião, que falava à margem da audição dos membros do Governo Regional na comissão de Economia.
A deputada destacou ainda que, no transporte marítimo, aumentam as queixas de atrasos no abastecimento de mercadorias para todas as ilhas, o que exige medidas para reduzir custos e garantir eficiência na entrega.
Além disso, referiu que as ligações marítimas de passageiros no Grupo Oriental continuam por implementar e que o projeto dos navios elétricos enfrenta o risco de desperdício de 25 milhões de euros em fundos do PRR.
A deputada do PS/Açores alertou ainda para o paradoxo que a economia açoriana enfrenta, com baixos rendimentos a afetarem os trabalhadores e as dificuldades das empresas em contratar trabalhadores qualificados.
"No setor do turismo, a ausência de um Plano de Ordenamento Turístico atualizado (POTRAA) agrava o impacto sobre a qualidade de vida dos residentes e dificulta um desenvolvimento territorial equilibrado," acrescentou.
Marlene Damião sublinhou também o grave desequilíbrio orçamental previsto para 2025, com rateios e atrasos nos pagamentos dos apoios e aos fornecedores, ao mesmo tempo que a dívida total cresce de forma preocupante e acima do PIB.
"Este orçamento expõe uma gestão negligente das contas públicas, com impacto duradouro sobre a sustentabilidade financeira da Região," afirmou, referindo que, em 2019, o saldo corrente era positivo em 92 milhões de euros e para 2025 está previsto um défice corrente de 250 milhões, o que comprova as dificuldades de tesouraria e evidencia a necessidade urgente de uma mudança de rumo.