O Secretariado de ilha do PS/Terceira vem, pelo presente meio, manifestar-se publicamente contra a estratégia velada do Governo de Coligação que visa através da ampliação do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada (HDES), em área equivalente ao Hospital do Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), criar um Hospital Central de cariz universitário ou, na terminologia da Secretária Regional Mónica Seidi, um “Centro Hospitalar Universitário”, na medida em que o Serviço Regional de Saúde, com o termo da PPP do HSEIT, não terá capacidade, financeira nem recursos humanos, para manter uma estrutura daquela dimensão, a par de dois outros hospitais (HSEIT e HH) com a capacidade de resposta que têm atualmente, o que implicará, a par da centralização da Prestação de Cuidados de Saúde, uma centralização dos meios financeiros do SRS e dos recursos humanos (por exemplo, Médicos, Enfermeiros, TSDT), significando isso, necessariamente, a longo prazo, que o HSEIT poderá perder valências.

Esta questão, que é determinante para o futuro do sector da Saúde na ilha Terceira tem convocado toda a Sociedade Civil terceirense, com origem nos mais diversos quadrantes politico-ideológicos, a assumir publicamente uma posição de defesa dos interesses da Terceira, do seu Hospital e dos seus utentes, pelo que o PS/Terceira, enquanto representante ao nível de ilha do maior partido da oposição, não poderia falhar a esta convocatória, tornando pública de forma inequívoca aquela que é a sua posição.

À margem desta discussão tem ficado o PSD/Terceira e o seu líder, António Ventura, que pelo seu silêncio, é conivente com a estratégia de concentração dos Cuidados de Saúde na Ilha de São Miguel, que aparentemente, é aceite e partilhada, pelo atual presidente do Conselho de Administração do HSEIT.

Sintomático da estratégia de concentração dos cuidados de saúde, naquilo que se poderá designar como o “hub central dos Açores”, designação assumida pelo próprio HDES, é a falta de uma decisão política, há mais de um mês, por parte do Governo Regional relativamente à abertura de um serviço de hemodinâmica no HSEIT, facto em relação ao qual o PSD/Terceira tarda em assumir uma posição.

Esta cobardia política do PSD/Terceira é disfarçada com a emissão de notas à comunicação social relativas ao investimento no HSEIT e à abertura de valências.

Em relação ao investimento não deixa de ser curioso, para não dizer absurdo, que Deputados do PSD eleitos pela Terceira publicamente mostrem satisfação por um volume de investimento, entre 2021 e 2024, que nem corresponde a metade do investimento que foi feito, num só ano, com a aquisição de equipamentos novos para o Hospital Modular.

No respeitante a alegadas novas valências no HSEIT importa clarificar que a Unidade de Cuidados Coronários não foi encerrada em 2012, mas sim integrada, com quatro camas, no Serviço de Cuidados Intensivos, com melhoria para a resposta de saúde aos Terceirenses na medida em passou a estar assegurado aos utentes o acompanhamento 24 horas por um médico intensivista.

Impõe-se referir que independentemente de uma decisão sobre a hemodinâmica, que é relevante, ou sobre a desagregação da Unidade de Cuidados Coronários do Serviço de Cuidados Intensivos, à qual não nos opomos, a verdade é que a questão determinante para o futuro da Saúde na Ilha Terceira é a da centralização (ou não) dos Cuidados de Saúde numa única ilha e é, principalmente nesta, que o PS/Terceira se apresenta uma vez mais ao lado dos Terceirenses e das suas forças vivas.