Opinião

Festejar a liberdade

Como seria expectável, a quatro dias do acto eleitoral para a Presidência da República, o tema a abordar teria de ser, forçosamente, relacionado com as eleições que ocorrerão no próximo domingo, dia 23 de Janeiro. Nesta altura, quase finda a campanha eleitoral, pensamos que a maioria dos portugueses já deverá ter decidido o seu sentido de voto e a muito poucos ainda restarão dúvidas em quem devem votar. Já aqui trouxemos algumas das razões que nos levaram a apoiar o candidato Manuel Alegre, sendo que a garantia real da defesa da autonomia, da democracia e da liberdade por parte deste candidato, foi um dos factores que pesaram de forma inequívoca na nossa decisão. Para nós, açorianos é fundamental que o próximo Presidente da República seja um verdadeiro defensor dos Açores e das Autonomias Regionais e que saiba respeitar os nossos direitos e o nosso querer no aprofundamento do governo dos Açores pelos açorianos. Quanto a Cavaco, todos os açorianos livres de pensamento, certamente não olvidarão as posições por ele assumidas quer como Primeiro-ministro quer como Presidente da República em relação aos Açores e à Autonomia. Não queremos nos quedar sobre alguns incómodos temas trazidos a lume durante o período da campanha eleitoral referentes ao BPN, à SLN, à compra e venda de acções com lucros de 140%, a vivendas não declaradas em sede de registo predial e outras questões que pulularam nos jornais, tv`s e redes sociais. Queremos apenas relevar o facto da atitude sobranceira, rasando a arrogância do candidato senhor Aníbal Cavaco Silva ao furtar-se a prestar um esclarecimento cabal acerca das questões que lhe foram colocadas ao longo da campanha. Essa atitude deverá servir de prenúncio a todos aqueles que ainda poderão eventualmente estar indecisos e ser factor de peso numa decisão que se deseja livre e consciente. Por mais que custe ao candidato, há que prestar os devidos esclarecimentos aos portugueses para que não restem quaisquer dúvidas acerca de eventuais favorecimentos ou de situações menos claras. Nem sempre o silêncio é de ouro e a palavra é de prata. Não é remetendo todas as questões para o site da presidência que se esclarecem as dúvidas que invadiram a consciência de inúmeros portugueses. Há que escolher em consciência. Há que colocar em Belém o cidadão que melhores garantias dá aos portugueses em geral e aos açorianos em particular. Nestas escassas horas que faltam para a festa da democracia que se consubstancia no livre exercício do direito de escolher através do voto, o nosso apelo a todos os açorianos vai no sentido de um real combate a um fenómeno que assola todas as democracias ocidentais e que dá pelo nome de abstenção. Por isso, apelamos que, independentemente do vosso sentido de voto, participe votando de forma livre e consciente no candidato que acha ser o melhor para Portugal e para os Açores. Ao contrário de Cavaco Silva, por vezes tenho dúvidas e muitas vezes me engano. Mas, quanto à minha escolha para a Presidência da República, não tenho quaisquer dúvidas e certamente não me enganarei ao depositar o meu voto em quem melhor servirá os interesses dos Açores e de Portugal. Sem qualquer hesitação e com a plena consciência da responsabilidade da escolha, votarei Manuel Alegre. Domingo, vamos festejar a liberdade, a democracia e a autonomia. Vamos eleger o Presidente da República! Pelos Açores, por Portugal, vamos votar em Manuel Alegre.