Opinião

A sustentabilidade do setor das pescas

Na passada semana, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista dos Açores, apresentou um relatório referente a um trabalho elaborado por este grupo, sobre as pescas na região, onde constam várias recomendações, dando, desse modo um contributo a um setor estratégico em termos económicos e sociais, dado que, desde 1996, as pescas foram assumidas pelos Governos Regionais do Partido Socialista como um dos pilares da nossa economia, e como tal foram delineadas políticas a incrementar no intuito de modernizar e preparar este setor para novos desafios. Até então, as pescas estavam no esquecimento, não viam uma esperança, um rumo e um futuro, aquando dos então Governos Regionais do PPD/PSD-Açores, onde tinham como sua responsável, a atual líder do maior partido da oposição, Berta Cabral. Com a implementação dessa nova estratégia, teve como ponto assente a sua modernização e sustentabilidade, realidade esta que pode ser constatada através dos atuais indicadores, como o contributo em 3,6 por cento no Produto Interno Bruto e o número de trabalhadores que lhe está afeto, cerca de cinco por cento da População Ativa. Este relatório, apresenta, entre outros, dois fatores fundamentais, uma vez que prevê salvaguardar a sustentabilidade dos recursos marítimos, protegendo-os para as gerações vindouras e, simultaneamente, melhorar os rendimentos dos pescadores de forma a garantir a sustentabilidade económica e social das nossas comunidades piscatórias. Hoje, torna-se imperioso colocar na mesma mesa, cientistas e pescadores, o que por si só, é uma demonstração clara de que estes dois intervenientes são fundamentais uma vez que permite harmonizar estratégias salvaguardando os dois fatores indicados. Outra questão a reter, prende-se com o encontrar de novas formas de rentabilizar o pescado com menor valor comercial, propondo-se a sua respetiva transformação, o que permitirá a criação de um valor acrescentado. Ao longo da ultima década, as políticas implementadas pelo Governo Regional do Partido Socialista, estiveram direcionadas para diversos vetores, como a implementação de apoios à renovação da nossa frota através da modernização e da aquisição de novas embarcações por substituição das que tinham menos condições de operacionalidade, remodelação, ampliação e construção de novos portos, implementação de planos de formação, melhoria substancial no escoamento do peixe, através da sua exportação, aumento do seu valor comercial, entre outras, ou seja, verifica-se na região um setor estruturado nas suas infraestruturas físicas e preparada para novos desafios, que se prendem com a sua rentabilização e sustentabilidade a médio e longo prazo. Não poderia deixar de congratular com o facto do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, não deixar cair por terra, ao contrário de outras forças políticas, a “bandeira” da defesa e reivindicação junto das instâncias europeias, das áreas de pesca das 200 milhas da ZEE dos Açores. Trata-se duma matéria de extrema importância para a salvaguarda dos nossos recursos marítimos. Enquanto uns andam apregoar o discurso de retórica, ou seja de pré-campanha eleitoral, outros apresentam trabalho e propostas concretas, que visam contribuir no caso em concreto, a sustentabilidade e a valorização dos rendimentos dos profissionais das pescas.