A emulação sempre foi e será um meio de fornecer ao ser humano um acréscimo na motivação para caminhar de forma firme e decidida no crescimento individual e na participação ativa na construção do coletivo.
Quem se ocupa com a formação integral dos mais pequenos, quer seja pai, educador ou professor, certamente recorre, com maior ou menor frequência, ao estímulo e à motivação tendo em vista contribuir para o desenvolvimento harmónico das capacidades do educando.
Um outro instrumento usado ao longo dos séculos, muito embora gerador de opiniões diversas mais ou menos antagónicas, trata-se da aplicação de prémios e castigos.
Quem nunca premiou um filho, um aluno, um colaborador, um colega ou um amigo pelo fato de ter tido um desempenho ou uma atitude acima daquilo que seria esperado? Quem nunca premiou uma atitude fora do normal, altamente positiva e digna de registo?
Quem, por outro lado, nunca castigou um educando por ter tido um comportamento menos correto, por não ter cumprido com os deveres que lhe assistem ou por ter desrespeitado as regras em vigor na família, na escola ou na sociedade?
Em nossa opinião, em qualquer sociedade deverá ser haver sempre lugar para o prémio e para o castigo!
Transportando essa ideia para a vida política, os governos devem ser justamente avaliados e premiados ou castigados conforme o desempenho demonstrado tendo em conta a conjuntura que abrangeu a governação e os fatores internos e externos que a poderão ter condicionado.
Ao longo dos anos, os governos das Regiões Autónomas, têm tido uma postura e um sentido de responsabilidade completamente diferentes. Enquanto nos Açores houve sempre um cuidado responsável de apenas gastar aquilo que as receitas da Região permitem, na Madeira de Alberto João Jardim nunca houve essa preocupação e foi um tal despender o que se tinha e o que não havia!
O resultado está à vista! Os Açores possuem uma situação financeira equilibrada e sustentável e, infelizmente, a Madeira ultrapassou o limite da razoabilidade e constitui um fator de desequilíbrio nas finanças do país.
Por isso, não é de estranhar a ausência de comentários da dita “Troika” acerca da nossa Região aquando a última avaliação do desempenho de Portugal no processo de luta contra a crise instalada no país.
Conforme declarado pelo Presidente dos Açores, e cito: “a Madeira apresenta um potencial de défice superior a 800 milhões de euros para 2012, recebe um cheque chorudo de 1.500 milhões de euros e, mesmo assim, ainda vai ter 156 milhões de euros de défice, e nós vamos aqui cuidando das nossas finanças como deve ser – vamos ter um défice dez vezes menor do que esse, ou seja, à volta de 15 milhões de euros – e não recebemos nada.”
Não poderíamos deixar de estar mais de acordo com Carlos César, quando afirma parecer haver uma lógica de que “quem é prevaricador é compensado e quem não é, é ignorado”.
Deste modo, faz todo o sentido de que fale com o Primeiro-Ministro, Passos Coelho, sobre esse assunto, “para pôr os pontos nos is” e exija que os Açores sejam tratados da forma que merecem não permitindo que sejam discriminados pelo governo laranja quiçá por razões meramente partidárias e conjunturais.
Estranhamente, ou não, Berta Cabral e o PSD dos Açores, até ao momento, mantiveram um silêncio ensurdecedor, quando se deveriam pronunciar firmemente em defesa dos legítimos interesses dos Açores e dos açorianos.
Uma vez mais, a ainda líder laranja, prefere agradar ao chefe, a troco de não sabemos o quê, do que assumir uma atitude frontal contra o PSD nacional e o seu líder Passos Coelho.
Os açorianos, como sempre, saberão premiar quem os defende e castigar, merecidamente, quem assobia para o lado, deixa a banda passar e prefere um silêncio comprometedor a uma atitude firme em defesa dos Açores.