Após cerca de um mês de férias do programa radiofónico da 105 FM “ Politicalizando”, heis-nos de regresso ao convívio dos nossos ouvintes, numa altura em que a agenda política cada vez está mais marcada pelo aproximar do ato eleitoral do próximo dia 14 de Outubro.
Para além de devermos comparar os programas, os protagonistas que se propõem levar a cabo as políticas mais adequadas ao momento em que vivemos e ao futuro que se nos espera, há que ter em conta o comportamento passado e recente das forças partidárias no poder que a nível nacional, quer a nível regional.
Outrossim, torna-se indispensável verificar e comparar as posturas e os resultados obtidos nos Açores, por um governo socialista liderado por Carlos César e na Madeira por um executivo social-democrata há trinta anos regido sob a batuta de Alberto João Jardim.
Com a devida vénia, atrevemo-nos a basearmo-nos no excelente artigo publicado por Miguel Fernandes Dias, no Diário de Notícias do Funchal no passado dia 2 de Setembro para que possamos comparar os modelos de gestão praticados em ambas Regiões e, cujos resultados estão à vista.
Embora o autor considere que ambas as regiões estão sujeitas a condicionalismos similares, mercê de uma gestão perfeitamente antagónica obtêm resultados perfeitamente díspares.
Enquanto na Madeira se apresenta uma dívida de 6.328 milhões de euros – o que significa que cada madeirense deve a módica quantia de 23.631 euros, já nos Açores, cada açoriano apenas deve 9.394 euros e o Governo, na totalidade, 2.318 milhões de euros.
Segundo o articulista, a Madeira possui mais empresas públicas, mais funcionários públicos e, por conseguinte uma máquina administrativa muitíssimo mais pesada.
Para Inspeção-Geral de Finanças (IGF), a Madeira acumulou uma dívida que não consegue pagar, tendo recorrido, inclusive a “engenharias financeiras como forma de omitir um “buracão” superior a mil milhões de euros!
Conclui o articulista, com base nos dados oficiais publicados pela IGF, o governo de Carlos César soube bem gerir e, consequentemente isso refletiu-se nos programa de reajustamento económico assinado entre o Governo da República e os regionais da madeira e dos Açores.
Enquanto para os Açores foram disponibilizados 135 milhões de euros – que poderão vir a ascender a 185 milhões, tendo apenas como contrapartidas objetivo genéricos de consolidação orçamental, para a Madeira, para obter um empréstimo de 1.500 milhões de euros do Estado português, jardim teve de aceitar dezenas de medidas de austeridade e de contenção a serem cumpridas num período previamente limitado no tempo.
De entre as medidas impostas por Lisboa ao Funchal, é de relevar o aumento do IA; IRS;IRC, a redução de 25 ao ano nos salários da função pública, bem como o congelamento dos salários, o fim do subsídio de insularidade naquela Região e um aumento no tarifário de 15% nas tarifas praticadas pro por todos os serviços públicos!
E para que não restem dúvidas e ainda , segundo o publicado pelo o Diário de Notícias do Funchal, comparemos as realidades das duas regiões insulares:
A Madeira é constituída por duas ilhas, com 267.785 habitantes, os Açores são formados por nove ilhas habitadas por 246.746 pessoas, sendo que na primeira existem 25.107 funcionários públicos e na segunda 22.988 o que demonstra uma menor dependência do sector público por parte dos cidadãos. De notar que na Madeira existem 175 entidades do sector público e nos Açores 152.
Em relação às necessidades de tesouraria, varia entre 3.737 milhões ate 2015 nos Açores e os 437 milhões, até 2018 na Madeira.
Não será de deixar de realçar que na nossa Região as taxas de IVA, IRC e média de IRS são substancialmente inferiores às cobradas por Alberto João Jardim.
Serão as descalabradas gestões do PSD quer no continente quer na Madeira que queremos para os Açores e para os açorianos?
Obviamente. Não!