O NONAGON, palavra derivada do grego, significa polígono de nove lados ou na terminologia latina eniágono. Este nome encerra as nove ilhas a sua ligação e sobretudo corresponde a uma âncora gravitacional de ciência e tecnologia cuja emergência se espera que traga novos patamares de desenvolvimento. A chamada posição geoestratégica dos Açores ou a profundidade atlântica conferida a Portugal por esta Região Autónoma só se consubstancia, verdadeiramente, com projetos concretos como o NONAGON. É certo que muitas boas ideias que se transformaram em muita moeda são originárias de garagens em Sillicon Valley. Contudo, as condições de atratividade para as empresas de média e alta tecnologia requerem espaço próprio e funcional para alavancarem ambientes totais de produtividade mental. Com os setores tradicionais da economia açoriana geramos sustentabilidade e riqueza, embora necessitemos de ir mais além qualificando as gerações que, com mais conhecimento e tecnologia, produzirão melhor e ganharão mais, assim como os Açores no geral. O NONAGON tem diversos desafios pela frente desde os mais operacionais até aos mais estratégicos. Sem descurar os primeiros, a promoção de uma cultura empreendedora, a captação de novas empresas qualificadas e qualificantes da economia e do emprego, a potenciação de sinergias com a Universidade dos Açores e agora, em particular, com o ensino politécnico, constituem alguns vetores para o futuro imediato. A inovação ou “criar de novo” deve significar, como já alguém disse, que o sucesso só vem antes do trabalho no dicionário. A ciência e a sua “filha” tecnologia é mais do que um compêndio de normas ou um arquivo de fatos interligados. Por isso, Einstein a definia como “ criação do espírito humano, com ideias e conceitos livremente inventados”. Daqui resulta, a imperiosidade de espaços de liberdade e democracia onde a emergência do conhecimento ocorra de modo natural e produtivo. Preparar os Açores para as próximas décadas é continuar a investir na educação, ciência, tecnologia e na inovação, ao contrário do que tem sido feito pelo atual governo da república que desinvestiu, ignorantemente, neste setor. A paralisação da comunidade científica implicou um novo atraso no nosso desenvolvimento. Saibamos dar, de novo, esta lição ao país.