Etimologicamente “consenso” vem do Latim consentire, (“sentir junto ou com+sentir”) que evoluiu até “dar permissão, concordar”.Na negociação do Governo da República com Bruxelas, a propósito do orçamento de 2016, houve consensos com senso. Marcada pela força dos argumentos, a política prevaleceu como espaço de deliberação, de liberdade e de construção da decisão, tendo em vista a adequação das condutas futuras. Houve construção até à decisão final. O produto da intersubjetividades dos discursos traduziu-se em consensos. Na vida como na política nem sempre é assim, por exemplo, quando a perspetiva é assumidamente de conflito e de poder como meio e fim dos processos. Contra os arautos dos maus augúrios, na negociação do Orçamento de Estado, os resultados foram positivos porque representam melhores patamares de desenvolvimento e de maior justiça social. É confrangedor verificar como o PSD se sente incomodado pela resiliência de Costa junto da Comissão Europeia. Mais grave ainda é perceber-se que o PSD nacional, secundado pelo regional, não disfarçaram a vontade incontida de um chumbo total de Bruxelas às decisões do lídimo governo português. O colégio dos Comissários terá entendido isso na TSU. Quer dizer, o PSD não concorda com a melhoria das condições de vida dos espoliados do seu último governo. Esta teimosia na defesa das más políticas anteriores mostram que o PSD continua neoliberal e subserviente à ditadura do diretório comunitário. Este difícil processo negocial foi pró-ativo e representa o início de uma nova fase em que a Europa deve preservar as margens de manobra nacionais, possibilitando a cada Estado proteger o seu modelo social e o controlo dos seus setores estratégicos vitais. Aqueles que geram a mudança só tem um problema: nunca se deixarem ultrapassar por ela. Por isso, a esperança e confiança nacional e internacional num novo país faz-se, de novo, com os que privilegiam o primado da política e da cooperação refundada contra a austeridade como trajeto e finalidade. Como disse Étienne de la Boétie no Discurso sobre a Servidão Voluntária (1548): “Só são grandes porque estamos de joelhos: levantemo-nos!”. De pé, a firmeza dos consensos com senso constroem uma nova ordem europeia.
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