Para os europeus, a dissolução do sentimento de pertença afastou-os da “Europa sonhada” ou da “Nova Sociedade” contemporânea de Delors. Após uma sã “obstinação com as causas sociais”, a Europa cedeu ao ninho de contradições instalado após o falhanço da união económica e monetária. Uma multiplicidade de fatores determinou o estado atual do pessimismo, mais ou menos analítico, para com o devir europeu. Porém, a hipocrisia do presente diretório europeu só aprofundou as crises latentes e expressas dos países. Não é pelos cumprimentos/ósculos de Junker que se esquece o seu pouco ilustre papel nas “facilidades luxemburguesas”. Aos bons pergaminhos académicos e curriculares de Draghi, junta-se a vice-presidência e o lugar de diretor executivo da Goldman Sachs ou de membro da comissão de gestão desta empresa. A polémica ocultação do deficit grego associada ao papel do vice-presidente da Goldman Sachs para Europa, implicou explicações de Draghi à Comissão Europeia e ao Parlamento Europeu. “Arqueologias e genealogias, sem ética” dos polícias financeiros aprofundam descrenças…
Muitos estão incrédulos e timoratos perante as “raposas dentro do galinheiro”! Fica a terrífica sensação do velho continente ser agora um continente velho, exausto e enfermo. Resta juntara este viveiro de controvérsias, a insegurança diária com o setor bancário e com a persistência da crise global de 2008, iniciada nos EUA com o papel determinante da Goldman Sachs. O tradicional “cansaço europeu” na tomada de decisões acentua-se, hoje, com o “êxodo dos exilados da guerra”, com o caos da “livre” circulação de capitais, com as negociações sigilosas e bilaterais de comércio livre, onde o clima, a saúde e a proteção do mar sem estatuto de bens públicos globais, ou outros como o conhecimento e a informação desprovidos de estatuto de bens comuns. Acresce a desconfiança dirigida aos “países do Sul” e a subserviência consentida às agências de rating NÃO europeias! Enquanto a Política não reganhar força para liderar as “normas da casa”, ou seja, a etimologia da economia, a entropia continuará a aumentar, como postula a Física Termodinâmica, relegando a dignidade humana e transformando o velho continente num continente velho e doente.
Mais: A “força da autonomia” na Moção Global a debater no Congresso do PS/Açores.
Menos: O eterno centralismo do Tribunal Constitucional sobre o MAR DOS AÇORES.