Opinião

Francisco César

Sempre achei e continuo a achar que as questões pessoais devem estar arredadas de qualquer debate político. Mas depois de ver as campanhas difamatórias, profundamente injustas, empoladas por um autêntico terrorismo nas redes sociais e pela narrativa lamentável do maior partido da oposição nos Açores, sinto a obrigação de escrever sobre este assunto. Não apenas pelo Francisco e pelas leviandades de que ele e a sua família têm sido alvo, mas pelos princípios da verdade e da qualificação da democracia. Uma democracia que se recusa a apoiar e promover debates sensacionalistas e tabloides e onde o mais relevante é garantir titulares de cargos públicos competentes, honestos e responsáveis, independentemente dos sobrenomes, das ligações familiares ou dos locais de nascimento. Fui eu que em 2008 decidi propor o Francisco César como um dos nomes da Juventude Socialista para a lista de deputados nas eleições regionais desse ano. Vendo as reportagens de alguma comunicação social tabloide sobre o Francisco e a alegada influência do Carlos César na ocupação desses cargos, fico com vontade de rir. É que o principal opositor dessa proposta e aquele que nunca concordou com essa indicação foi precisamente o Carlos César. E só viria a tolerá-la porque a JS tinha, como sempre teve, autonomia para propor quem entendesse. O Francisco César desempenhava há quatro anos funções de grande relevância na Juventude Socialista Nacional e era, na perspetiva da JS Açores, um quadro político que tinha muito a acrescentar ao Parlamento dos Açores e à política açoriana, como se veio a comprovar depois de iniciar funções. Também fui eu que o propus para Presidente da Comissão Parlamentar de Economia. Depois de quatro anos como relator e sendo essa a sua área académica e com a saída do Parlamento do Deputado que presidia a essa comissão, foi uma escolha natural e previsível. Em boa verdade, ele não precisa de quem o defenda. Basta que se acompanhe a sua atividade política, o seu trabalho diário, o que ele escreve, o que ele diz, o que ele pensa sobre os Açores e quais as propostas que defende para o futuro da Região para que, em poucos minutos, se perceba que o Francisco vale por si e não pelo seu sobrenome ou pelo seu Pai. O Francisco é um dos mais competentes deputados dos Açores. É um dos melhores quadros políticos do Partido Socialista e dos Açores. Tem muito para dar ao futuro da nossa terra, que tem de se valer dos seus melhores para alcançar novos patamares de desenvolvimento. O Francisco é um deles. E talvez seja por isso que, na penumbra da cobardia e da especulação insidiosa, estejam alguns a promover estas campanhas difamatórias. Disfarçam a incapacidade de ter ideias ou propostas válidas, com a mediocridade da maledicência. Caro Francisco sei bem que ficarás chateado com este artigo. Dirás que não era necessário, que te sabes defender sozinho e que não queres o PS envolvido nestas questões pessoais. Mas o que tu dás e, estou certo, continuarás a dar ao futuro dos Açores, e os princípios pelos quais reges a tua vida e a tua atividade política, obrigam a que me pronuncie sobre os ataques pessoais que tens sofrido. Não apenas pela solidariedade que faço questão de ter contigo, mas por uma democracia mais qualificada e mais edificante para o futuro dos Açores.