A Educação tem sido, nos últimos tempos, motivo de intervenções políticas com origem nos mais diversos quadrantes. E, quando bem intencionadas, é bom que elas aconteçam. O debate saudável à volta de um tema que a todos diz (muito) respeito será sempre bem–vindo, contando que se garanta que os objetivos do levantar da questão se prendem com uma genuína preocupação e não com motivos enraizadamente eleitoralistas que, servindo apenas de caixa de ressonância a alguns interesses partidários, de novo nada trazem. Comemorou–se recentemente o 16.° aniversário da Declaração de Dakar, que selou o compromisso da “Educação para Todos”, no âmbito da Unesco. A Educação é uma parte essencial da nossa vivência. E é assim que a temos que encarar. Não fazer dela arma de arremesso político, mas trabalhar verdadeiramente para que esse objetivo, o de proporcionar às nossas crianças uma Educação enriquecedora e enformadora de consciências, deve ser a força motriz por detrás do debate.
Que há ainda, na nossa Região, um longo caminho a percorrer em muitas áreas conexas com a Educação, parece óbvio. No entanto, não podemos de forma alguma escamotear a importância que têm tido as medidas implementadas pelo Governo Regional na área da Educação, aos mais diversos níveis. Ainda recentemente, em visita às obras da nova Escola Básica Integrada da Ribeira Grande, pude constatar isso mesmo: que tem havido empenho governamental no proporcionar às nossas crianças das melhores condições para que elas possam desenvolver os seus estudos da forma mais tranquila e digna possível, para que possam alcançar os bons resultados que lhes garantam um futuro sólido e seguro.
É certo que a Educação não é só feita de infraestruturas (ainda que as mesmas desempenhem um papel fulcral). O sucesso (ou insucesso) escolar, que tantas parangonas tem preenchido, é uma das outras faces da Educação. Mais do que para atender meramente a rankings (que coadjuvam convenientemente muitos discursos políticos), o sucesso escolar deve ser uma preocupação constante não por ser o objetivo mas sim o caminho que as nossas crianças e jovens têm que percorrer como um verdadeiro cinto de segurança para o seu futuro. Medidas como o ProSucesso, que veio criar uma nova arquitetura nas escolas, com articulação de mecanismos de cooperação entre os diversos intervenientes, constituem paladinos de uma nova forma de ver a Educação no seu global. No sentir do pulsar de professores e alunos, denota-se que o ProSucesso foi e está a ser uma boa medida, que começa a dar bons frutos.
Um bom parque escolar e boas medidas nunca serão, por si só, garantes do sucesso escolar. É exigida uma envolvência constante dos diversos atores, sejam eles professores, alunos, familiares ou a comunidade em geral. Lutar pelo sucesso escolar é uma batalha diária, de todos. Os sucessivos Governos Regionais do Partido Socialista não têm estado parados a ver a banda passar, muito ao contrário de quem se arroga a autoridade para clamar que o Governo Regional está reprovado por algo no qual eles próprios não têm uma única réstia de estratégia que não seja aquela que se limita à crítica de esquina. Reprovado está quem não apresenta propostas, não participa do processo de melhoria da Educação nos Açores, remetendo-se à postura indolente do sentar-se de cadeira durante anos sem fim sem que da sua parte saia uma única ideia válida.
Já os antigos diziam que “quem tem boca não manda assoprar”. Neste caso, o PSD “manda” assoprar porque parece mesmo que nem assoprar sabe. O engraçado é que ainda acreditam que os Açorianos irão confiar num partido que insiste em propor, nas mais diversas áreas, um rotundo nada. Felizmente, os Açorianos sabem bem ver a diferença.