O Centro Internacional de investigação dos Açores tem potencial para se constituir como uma plataforma integrada para a observação e conhecimento cientifico do amplo oceano, terra e processos atmosféricos. Esta semana tive oportunidade de o reafirmar numa intervenção no painel de abertura do 6º encontro de trabalho de alto nível promovido pela Fundação para Ciência e Tecnologia que decorreu na Representação permanente de Portugal em Bruxelas. Este encontro, que vem na sequência de outros entretanto realizados em Nova Iorque (10 de junho), Ponta Delgada (27 de junho), Lisboa (4 de julho) e Paris (29 de agosto), é mais um passo no desenvolvimento deste projeto da maior importância para a afirmação do AIR (Azores Internacional Research center) como iniciativa de cooperação estratégica transacional para o conhecimento.
Prova do interesse político e cientifico que esta iniciativa, plasmada no Programa eleitoral do Partido Socialista e subsequentemente no Programa do Governo português, tem despoletado, por cá mas também de um e outro lado do Atlântico, são as participações de alto nível como as do Ministro da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, do Comissário Europeu para Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, de João Aguiar Machado, Diretor Geral da CE para os assuntos do mar e pescas, do Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Fausto Brito e Abreu e de representantes da NASA, da ESA e de dezenas de cientistas.
O AIR não partirá do zero. A verdade é que em muitas das nossas ilhas já existem estruturas físicas e conhecimento relacionados com a observação do planeta. Os Açores como região localizada no centro do Oceano Atlântico, com facilidade de acesso a medições atmosféricas, águas superficiais, águas profundas e solos marinhos, estão idealmente localizados para desenvolver um centro de pesquisa e tecnologia holístico e colaborativo.
Acredito, por isso, que o Centro Internacional de pesquisa dos Açores poderá constituir-se como uma das mais importantes ferramentas colaborativas para a monitorização dos Oceanos, contribuindo para uma melhor compreensão da complexidade das relações entre o ar, o oceano e a terra e também a complexidade das relações entre espécies e serviços proporcionados pelos ecossistemas.
Este projeto tem congregado inúmeros apoios e registado avanços consideráveis porque é de grande pertinência. Vem na sequência dos planos entretanto desenvolvidos quer pelas instituições europeias quer por outras instancias internacionais. Converge com o Plano de Ação para o Atlântico promovido pelo Parlamento e pela Comissão Europeia e com a Declaração de Galway sobre a cooperação no Oceano Atlântico, focalizando-se no empreendedorismo e na inovação através da pesquisa e tecnologia estando por esta via também alinhado com as prioridades da Política de coesão para o período 2014-2020.
O plano de ação reconhece que a pesquisa no Atlântico será mais efetiva se for coordenado ao nível transatlântico em áreas como a observação do Oceano; a partilha de dados como temperatura, salinidade e acidez; a interoperacional idade e coordenação de infraestruturas de observação; a gestão sustentável dos recursos do oceano; mapeamento dos solos marinhos e seus habitats; mobilidade dos investigadores; Biodiversidade.
Merecedor de elogio é o trabalho realizado pelos Governos da República e dos Açores, nas pessoas dos Ministros Manuel Heitor e Ana Paula Vitorino e do Secretário Regional Fausto Brito e Abreu. Estamos a “fazer acontecer!”.