O 185º aniversário do Açoriano Oriental coincide com um dos períodos mais desafiantes da nossa história recente, que está a colocar à prova a nossa capacidade de resistência enquanto cidadãos, mas, também, enquanto sociedade organizada e democrática. E são estes momentos de grande exigência coletiva que convocam o contributo de todas as organizações, entre as quais relevam, pela sua importância, a comunicação social, enquanto um dos pilares de uma sociedade informada e plural. Se é verdade que, em alturas de normalidade, esta função dos órgãos de comunicação social assume uma importância fundamental, não deixa de ser pertinente constatar que, em momentos de exceção, como aqueles que vivemos, essa missão de informar, com rigor e pluralismo, apresenta-se como absolutamente insubstituível e inalienável. Insubstituível, porque cabe aos órgãos de comunicação social o papel de informar os Açorianos sobre todas as componentes deste combate que estamos a travar na Região, enquanto condição necessária para o vencer. Inalienável, porque são os órgãos de comunicação social o veículo que devemos privilegiar para receber informação credível e rigorosa, fazendo-se, por esta via, a necessária separação entre o trigo e o joio, face ao fenómeno que se convencionou chamar de “fake news” e que prolifera a nível global. Não posso, assim, deixar de enaltecer o comportamento responsável e rigoroso da comunicação social açoriana - pública e privada - neste momento complexo em que vivemos e que tem contribuído decisivamente para o devido esclarecimento dos Açorianos. Demonstrando capacidade de adaptação a estes novos e repentinos desafios, os órgãos de comunicação social têm sabido encontrar formas de continuar a informar os cidadãos, sem sacrificarem o profissionalismo, o rigor e a pluralidade que são os alicerces da sua credibilidade. Estou, assim, convencido que este período que a todos causa apreensão tem reforçado, cada vez mais, a ligação umbilical secular entre os Açorianos e a imprensa regional, uma relação de confiança e de proximidade que é também garantia de futuro para este setor. O Açoriano Oriental, pelo seu percurso de 185 anos, tem sido um dos elementos fundamentais nesta relação que, no fundo, tem contribuído para aprofundar a Democracia e reforçar a Autonomia na nossa Região. A todos aqueles que, diariamente, fazem chegar o Açoriano Oriental aos seus leitores, endereço as minhas felicitações por mais este aniversário e por contribuírem para uma sociedade açoriana cada vez mais plural, democrática e detentora de valores cívicos, honrando, por esta via, o legado deixado pelo fundador Manuel António de Vasconcelos.