José Manuel Bolieiro, com o aproximar do dia 25 de outubro, anda numa crescente roda viva entre visitas, reuniões, encontros e fóruns. A cada encontro corresponde sempre uma promessa. Promessa essa que surge, sempre, com palavreado erudito, conteúdo vago ou abstrato e produzidas em tom simpático e com pose de estadista. É, portanto, uma promessa de fato preto, isto é, “de fato preto nunca me comprometo”. Neste sentido, num intuito esclarecedor para quem tem andado mais distraído, mas também não querendo ser demasiado maçador, apresento-vos em seguida apenas três exemplos recentes (em 3 ilhas diferentes) daquilo que apelido de “política à Bolieiro”. Ora vejam:
- Visita / Promessa (1)
Bolieiro, em visita recente à Ilha do Corvo, disse (e cito) que “o combate ao isolamento das ilhas mais pequenas do arquipélago deve ser feito com uma política reformista ao nível dos transportes de passageiros e mercadorias”. Acrescentando, em seguida, que “É preciso ter uma política reformista, face à importância que tem em cada uma das nossas ilhas – e os corvinos sentem isso como ninguém – o transporte aéreo de passageiros. Assim como uma política renovadora no transporte de mercadorias, quer marítima quer aérea”. Em conclusão, referiu que “connosco, a mudança será feita para sermos reformistas, e não para deixar tudo como está”. Perceberam o que é ou será essa “política reformista”?
- Visita / Promessa (2)
Bolieiro, numa deslocação à Ilha Terceira para efeitos de apresentação da respetiva lista de candidatos, avançou que “quer reposicionar estrategicamente a ilha Terceira no todo regional, numa valorização do seu potencial que servirá todos os açorianos e o desenvolvimento do arquipélago”. Dizendo de seguida que “a ilha Terceira, sob o ponto de vista geostratégico, acrescenta potencial político universal, não apenas europeu, mas mundial, aos Açores”. Posteriormente, e tentando encontrar algo mais “concreto”, lá prometeu “uma tarifa única de 60 euros para os residentes” e adiantou que “a criação de um verdadeiro mercado regional vai valorizar a capacidade produtiva de bens transacionáveis para cada uma das ilhas, o que exigirá “uma reformulação das ligações marítimas de carga e um funcionamento mais eficaz”. Então e a concretização de tais promessas? Como se operacionalizam? Quanto custam? Essa parte, que é apenas um “pormaior”, deve ficar para momento mais oportuno…
- Visita / Promessa (3)
Bolieiro, após uma reunião com o reitor da Universidade dos Açores, afirmou (e cito) o seguinte: “Quero deixar a garantia de que teremos um compromisso de financiamento regular, previsível e estável, que alavanque a investigação, a inovação e a tripolaridade da Universidade dos Açores”. Acrescentando que “é preciso reforçar esta verba [350 mil euros anuais atribuídos pelo Governo Regional], tendo em conta a responsabilidade que a Região e a Autonomia devem ter para com o papel da Universidade dos Açores, e de acordo com os recursos disponíveis no Orçamento Regional”. Por fim, referiu que “A Universidade dos Açores é um pilar do desenvolvimento açoriano e da Autonomia regional”. Então, e o compromisso/promessa do PSD é de quanto mesmo? Qual é a verba? Não sabemos. Mas uma coisa sabemos: o fato preto não compromete, mas confiança também não dá. Pelo menos à maioria do Povo Açoriano. Seguramente!