Opinião

As Contradições do Novo Governo Regional

Na última semana, esteve em discussão na Assembleia Regional o programa do novo Governo dos Açores.

E se já era expectável alguma hostilidade, a realidade superou as piores expectativas.

Do primeiro ao último minuto, os Açorianos assistiram a um triste e permanente ajuste de contas com o passado.

Arrogância, intolerância e muitas contradições, foram os ingredientes mais

utilizados pela direita transformista.

Em apenas alguns exemplos, procurarei demonstrar, algumas contradições

deste novo governo:

O caso mais flagrante foi o do Secretário Regional das Finanças, Bastos e Silva, que inventou uma decisão da Comissão Europeia sobre a SATA, mas que afinal era apenas uma conversa por videoconferência.

Apesar de estar escrito que “a SATA é de superior interesse regional”, a postura do novo Governo foi bem reveladora do contrário.

Como se não bastasse o que foi dito, o próprio programa está cheio de contradições.

Na teoria, o novo governo prevê:

• Reduzir das desigualdades;

• Reduzir os impostos;

• E diminuir da dívida pública.

Mas na realidade, a anunciada redução de impostos irá provocar um aumento das desigualdades e irá favorecer os que mais têm, em detrimento dos mais frágeis e dos que mais precisam.

Além disso, os Açorianos também não sabem onde o governo irá encontrar dinheiro para compensar os 50 milhões de euros da redução de impostos.

Pior ainda é o facto de o Presidente Bolieiro assumir agora o aumento da dívida pública, quando prometeu exatamente o contrário.

Por fim, a terceira contradição resulta da medida populista de redução do número de cargos políticos e de nomeação.

Com a conivência da direita radical e liberal, a estrutura do décimo terceiro Governo Regional dos Açores prevê afinal, um aumento do número de cargos políticos.

Na prática, isso significa:

Mais secretarias; mais direções regionais; mais adjuntos, mais nomeados.

Ou seja, mais 1 milhão de euros por ano, de despesa pública só novos cargos.

Perante tantas contradições, o que fez a Iniciativa Liberal e o Chega?

Fingiram que estava tudo bem e votaram a favor do programa do governo.

Enfim, é a alternativa democrática, dizem eles!