A investigação Open Lux, liderada e divulgada esta semana pelo conceituado jornal francês Le Monde, descobriu mais de 6,5 milhões de milhões de euros (biliões na antiga nomenclatura) no paraíso fiscal que é o Luxemburgo. Portugal é o 6º país com mais depositantes, neste pequeno Estado de 500 mil habitantes, que concentra uma grande fatia da riqueza mundial, onde se foge aos impostos. Na lista dos depositantes que não pagam impostos estão Estados, futebolistas, grandes empresas e a extrema direita italiana, etc. Desde 2013, o livro “A riqueza oculta das nações” (Inquérito sobre paraísos fiscais), de Gabriel Zucman, deixou muito clara a sórdida situação da hipocrisia do capital. Nas suas palavras, “a Europa rouba-se a si própria” porquanto não se entendeu para taxar estes lugares tóxicos. Se em 2013 Zucman estimou em 5,8 milhões de milhões o dinheiro retido nos paraísos fiscais mundiais, agora, o Le Monde concluiu que só no Luxemburgo há 6,5 milhões de milhões de euros. Só um acordo entre os EUA e a UE permitirá acabar com este escândalo que empobrece os países e revolta o cidadão que paga sem pestanejar os seus impostos. Os chamados movimentos inorgânicos, que atravessam as sociedades, em grande parte fundam-se nas desigualdades e empobrecimento de todos quantos são tributados. Biden e a UE poderão avançar nesta nova ordem mundial? Seria uma boa oportunidade para se criar um imposto sobre os “Open Luxes” que são uma ignomínia mundial no século XXI.