Biden veio acalentar a esperança que os EUA, como grande potência democrática, poderiam ajudar a uma nova ordem mundial. O farol de liberdade dos EUA, mesmo com defeitos, sempre foi uma válvula de segurança para os excessos das ditaduras e dos atropelos à humanidade.
Travar a ultra direita xenófoba e racista mundial começa a ser um primeiro passo. A morte de George Floyd e o julgamento do seu homicida poderá ser um bom augúrio neste processo. Hoje, é hora de arranjar novos equilíbrios nos desequilíbrios das injustiças e violência mundial. Tanto falamos da postura da China em Hong-Kong como da necessidade de um acordo EUA-Europa para taxar os offshores, retirar apoio político e financeiro à extrema direita mundial ou intervir em situações como aquela que ocorre em Moçambique.
Os dramas humanitários em Cabo Delgado-Moçambique não se compadecem com a lentidão diplomática ou com o habitual vagar da Europa ou da NATO. Se, por um lado, muitos se queixam dos EUA como polícia mundial, por outro, em muitas situações, o poder e o pragmatismo americano são cruciais para resolver problemas.
No século XXI o excesso de teorização, por vezes, prejudica a rapidez da ação. O que se está a passar no norte de Moçambique deve ser apreciado à luz de uma ameaça global, para a África, mas também para a Europa e Mundo. Esta sociedade líquida, nas palavras de Zygmunt Bauman, carece de mais consistência e solidez que deveria ser conseguida com maior justiça entre países ricos e pobres. Recentrar o Mundo é em grande parte não ser permissivo com os intolerantes e preferir o rigor às intransigências. Boa Páscoa!