Opinião

Fácil, fácil! Vês então como é fácil!

E então quem disse que traçar planos e orçamentos não é já governar? Pois bem, meu caro amigo, deixe-me que lhe relembre, porque o saberá certamente, planificar e orçamentar será, num trabalho que é sério, uma das essenciais partes da governação. O pensamento organizado, assente em firmes convicções, caraterizará um bom líder, e por consequência uma boa liderança. Bem sei que, atualmente, se atravessam tempos de alguma aversão a planos, talvez onda nascida com Lennon quando a todos nos disse que a vida é aquilo que acontece enquanto se fazem planos, porém, a verdade é que apesar de génio, julgo que o John nunca se terá confrontado com a liderança de um Governo Regional. São muitos milhões, muitas vidas em jogo, e daí as políticas em causa. Tudo isto ali estará, ou se o preferirem, ali deveria constar com evidência. E se calhar até consta, mas evidente é que não é. Evidente e alinhado é o discurso de que o corte em orçamento, em muitas áreas, se justifica sim senhor e simplesmente porque o governo anterior orçamentou, porém nunca executou. Bom, e é assim que se constrói e justifica a decisão de se incrementarem menos verbas em componentes do Plano, mais do que nunca, nucleares. Permaneço-me convicto, e ainda mais, de que o governo não retira os olhos do retrovisor, e assim conduz. Para que melhor me entendam, exemplifico, escolhido à sorte de um Plano inteiro: abandono escolar precoce. O que se disse e se redisse, do abandono escolar precoce e do malfadado governo, incompetente para o resolver!... Pois então, esta nova proposta política, esta nova visão ultra-estratégica de resolução do problema, onde é que está? Evidente, o que ali está, o que ali consta, é um corte em orçamento! Vai de seiscentos para metade. Sim, claro, responde então o governante, é porque vocês orçamentaram, porém nem executaram! Ah, muito bem, realmente muito bem respondido... Outra vez!?Tão bem respondido, que até nem sei por onde comece a devolver. Por partes, então: primeiro - o governo anterior tinha um investimento superior a dois milhões denominado de ProSucesso (já sem verba, atualmente, só por sinal) programa que, com todos os seus defeitos ou virtudes, existia e para que também esse sério problema fosse realmente sendo debelado; segundo - decidiram-se pelos trezentos mil euros porque o governo anterior tinha seiscentos que não executou? Onde está o investimento com nova visão política de combate a este problema? E ainda mais, quando politicamente eleita a Educação como a área que verdadeiramente alavanca o futuro da região!?... Peço imensa desculpa, mas a crítica, o argumento recorrente da não execução anterior apenas colhe quando acompanhada de uma evidente orientação política, em que se compreendem novas opções para a resolução dos mesmos problemas. Não. E não, sabendo todos porquê. Porque na verdade o problema era antes outro, e esse outro está por ora resolvido: o de se conseguir retirar do poder o odioso arqui-inimigo denominado de Partido Socialista. Bebé nos braços! E então agora, deixem-nos lá governar primeiro para que depois nos critiquem... não senhor, meu caro amigo, se acaso ainda não tivessem reparado, governam mesmo, sim senhor, e vai já mesmo uns tempinhos!...
Ora então, ora deixa cá ver como é que a gente fez então este orçamento... hummm...já sei!! O PS não executou esta verba aqui, a gente corta p'ra metade! Fácil, fácil! Vês então como é fácil!