No passado dia 12 de abril, o Senhor Presidente do Governo fez-se ouvir, por nota escrita e publicada no GACS, sobre a pandemia. Disse que a situação estava controlada, com 7 ilhas sem casos ativos, apenas 1 caso na ilha Terceira, e São Miguel a “merecer algumas preocupações.” Horas mais tarde, até se entretinha a criar avatares para substituir a foto de perfil do seu Facebook.
O comum dos mortais – a apreciar tal descontração – até poderia julgar que (de facto) a situação era de acalmia… Infelizmente, no entanto, o bonequinho não augurava nada de bom e, logo no dia seguinte, tão auspiciosos augúrios foram desmentidos pelo Secretário Regional da Saúde, quando anunciou a escassez de oxigénio no HDES e a passagem para nível de Alto Risco em toda a ilha de São Miguel, para além de casos positivos em 3 das 9 ilhas dos Açores.
O que é que aconteceu no dia imediatamente a seguir a estes anúncios? O Senhor Presidente do Governo falou aos açorianos? Trouxe alguma palavra de conforto às centenas de empresários e famílias abrangidas pelas medidas anunciadas pelo Secretário Regional da Saúde? Não!
Reapareceu para repetir o chavão: “Mais vale ser excessivo na prudência do que negligente na ação”…
Na data em que escrevo esta coluna (16 de abril de 2021), os Açores têm 391 casos ativos em 5 das 9 ilhas. Isto significa que não está tudo controlado nem poderia estar.
Não vale a pena fugir para frente nem tentar iludir a realidade. A pressa (diz o ditado) é inimiga da perfeição e nada prudente, acrescento eu.