Temos assistido a um esforço permanente de alguns membros do atual Governo Regional e das bancadas parlamentares que o apoiam de desvalorizar e desmerecer o trabalho desenvolvido pelos governos anteriores.
Preocupam-se mais com o passado e com o ódio pelo Partido Socialista, por sinal o partido mais votado pelos açorianos nas últimas eleições regionais.
Tudo serve de pretexto para criticar o passado, tentando assim criar desfocos sobre a atualidade e sobre a falta de consistência, de ambição e de visão estratégica que se comprovam na análise às propostas de Plano e de Orçamento para 2021, invocando “pesadas heranças” que são desmentidas pela realidade.
Como “pesada herança”, o atual Governo recebe do anterior 150 milhões de euros para gastar em 2021.
Recebe os bons resultados alcançados ao nível da convergência com a União Europeia e com a média nacional, em termos de PIB per capita e da riqueza produzida que ascendeu a 4.469 milhões de euros, dados comprovados pelo Instituto Nacional de Estatística.
Recebe o trabalho desenvolvido ao nível do emprego que permitiu trazer a taxa de desemprego dos 17% registados em 2013, para 6,1% registados em 2020 garantindo que em 2020 havia mais de 113 700 açorianos empregados, o valor mais alto de sempre desde que há registo, e mais cerca de 15.000 açorianos empregados do que em 2013.
Recebe vários indicadores positivos na área da Saúde como o crescimento de 55% no número de consultas médicas ou o aumento de 83% no número de cirurgias realizadas nos Hospitais da Região, entre 2013 e 2012, bem como um Serviço Regional de Saúde devidamente capacitado em termos de recursos humanos, de equipamentos e infraestruturas para lidar com a pandemia que infelizmente nos assola.
Recebe a “herança pesada” de uma Região que, antes da pandemia, bateu todos os recordes na área do turismo fruto da parceria estratégica entre políticas publicas e investimentos privados no setor.
Recebe a “herança pesada” de uma redução sem precedentes nos índices de abandono escolar precoce, a percentagem da população dos 18 aos 24 anos sem ensino secundário e que se encontra em situação de abandono precoce da educação e formação, que reduziu de 60% em 1998 para 27% em 2019.
O caminho que estava a ser desenvolvido foi abruptamente interrompido pela pandemia, mas ainda assim, o atual Governo recebe a “pesada herança” de um sistema público regional com grande credibilidade externa, com o “trabalho de casa” bem feito para enfrentar os impactos económicos e sociais desse flagelo. O Partido Socialista não é dono da verdade. Não fez tudo bem, não está isento de erros nem de ser alvo de críticas. Mas a realidade global da Região, os índices de desenvolvimento económico e social e a evolução na qualidade de vida que conseguimos são indesmentíveis.
Mas não temos ilusões. A falta de discernimento e a tentativa de disfarçar as suas incapacidades e impreparação para debater e preparar o futuro, faz-nos saber que todos os dias teremos membros do Governo e dirigentes dos partidos que o apoiam a lançar boatos, noticias falaciosas, meias verdades ou mentiras sobre o trabalho desenvolvido no passado, não percebendo que isso valerá muito pouco para conseguirmos ganhar os grandes desafios com que os Açores estão confrontados e que criticar o passado por revanchismo partidário é também criticar tantos e tantos açorianos que ao longo dos anos trabalharam afincadamente para a grande evolução económica e social que tivemos em 45 anos de Autonomia Democrática.