Opinião

A sério?

 

É do domínio do absurdo a notícia de que os dois deputados eleitos pelo Chega faltaram ao arranque do Plenário da ALRA por – pasme-se – estarem em jornadas parlamentares. Ora, isto é mais ou menos a mesma coisa que uma equipa de futebol faltar ao jogo por estar, em estágio, a treinar. É ainda mais inacreditável que justifiquem a ausência com a preenchida agenda do líder nacional. De uma penada, subalternizam a Autonomia e o Parlamento dos Açores em prol, neste caso, da disponibilidade de agenda de Ventura. Mas, o absurdo não se fica por aqui. Depois de se ter demitido e ter sido reeleito há pouco mais de dois meses, eis que surge nova demissão e consequente retirada de confiança política ao deputado e até agora líder do Chega Açores. A estabilidade política prometida e anunciada por alguns - e endossada pelo Solar da Madre de Deus com o alto patrocínio do Palácio de Belém - é, como se vê, verbo-de-encher. Dependerá, cada vez mais, de um exercício aritmético que conjuga o medo de eleições de uns com a luta pela sobrevivência política de outros.