O mais importante da nossa vida continua a ser a nossa saúde. Já sabíamos. E por este motivo a COVID-19, deverá ser dos temas que mais tinta fez correr nos últimos dois anos.
Iniciamos e finalizamos o ano de 2021 com a pandemia gerada pela doença COVID-19. Por seu lado, a Europa iniciou a vacinação anti-covid-19 em 27 de dezembro de 2020, um feito notável da ciência, conseguido em tempo recorde. A esperança e a motivação era de atingir uma normalidade pós-pandémica. À data o argumento era o de vacinar, vacinar, vacinar, seguido de imunidade de grupo, imunidade de grupo, imunidade de grupo.
Um ano depois, o argumento parece perder a consistência, e ainda persistem alguns receios e um intenso e pouco claro debate sobre direitos, liberdades e, ultimamente, sobre obrigatoriedade; mas muito pouco sobre a libertação das patentes das vacinas.
Tudo se desenha para uma quinta vaga e reforços de vacinas com cenários de estirpes que esperemos não esgotem o alfabeto grego. É certo que atingimos quase os 90% de vacinação contra a covid-19 e se a vacinação não resolveu tudo, como ainda sonhávamos em dezembro de 2020, há que dizer que muito melhorou, é certo. Porém, o cenário que se vive é de uma estirpe menos agressiva, mas mais transmissível. E isso é muito preocupante desde logo com o exponencial de cadeias de transmissão.
Para onde caminhamos? O mês passado registaram-se dois anos da deteção do vírus SARS-COV2. Em fevereiro serão dois anos do primeiro caso registado em Portugal. Pelo caminho morreram 5 milhões de pessoas. Por cá foram 50 cidadãos açorianos que faleceram. Milhões de prejuízos, majoração dos custos da produção, falta de matérias-primas o aumento do custo da energia. A economia está virada do avesso e percebendo que esta pandemia está a tornar-se numa endemia, não podemos continuar com soluções do início da pandemia, como por exemplo, o encerramento de escolas, creches e ATLs. O prejuízo educativo para as crianças é gigantesco, numa faixa etária que regista reduzidos níveis de infeção pelo vírus. O ensino à distância cujas consequências nunca foram avaliadas, deixou marcas sentidas e vistas no quotidiano das salas de aula e que serão, ainda mais, evidentes nas provas finais do 3º ciclo de 2022.
Importam meios alternativos de prevenção para a nossa convivência com a COVID-19 em vez do encerramento de atividades.
Como será viver em 2022? Os lestos de sempre que agora não sejam lentos nas explicações.
Crise política silenciosa
Vivemos nos Açores uma crise política silenciosa. Sabemos. Quem lida com as instituições públicas, salvo poucas e honrosas exceções, percebe a convulsão política existente entre os membros do Governo, com muitos funcionários públicos nos departamentos “abandonados”, sem orientação. Tudo a acontecer sem uma palavra por parte do Presidente do Governo. Há dias, Paulo Estevão, deputado do PPM, que apoia e faz parte da solução governativa, em plena Comissão Parlamentar, retirou a confiança política ao Secretário Regional dos Transportes, Dr. Mota Borges. Não creio que o tenha feito de forma inconsciente. Fê-lo conscientemente e certamente tratando-se de uma “encomenda”. Para que? para que a promessa da remodelação do Governo anunciada pelo CHEGA fosse secundarizada. José Manuel Bolieiro, diz que quem faz a remodelação é o Presidente do Governo e sabe que a tem que efetivar, mas vai deixando uns e outros “anunciarem” remodelações. Isto para que os destinatários saibam da sua retirada ainda antes do anúncio final. Torna menos penosa, mas com muita prosa o ato de demissão.
É esta a crise política silenciosa que se vive nos Açores e que durará o mandato, salvando a coligação vai afundando os Açores. Bom final de 2021 e viva a 2022!