O PSD volta a estar envolvido num processo eleitoral. É normal, os resultados nas últimas legislativas nacionais já antecipavam este desfecho. Começa agora uma disputa interna para ver quem irá reunir mais apoios para a árdua tarefa de liderar este partido nos próximos anos dadas as circunstâncias políticas atuais do País.
Mas não é sobre a disputa em si que pretendo falar. Ela só diz respeito aos militantes desse partido. Quero antes referir-me à forma como o fazem nomeadamente no que aos Açores diz respeito.
É bom ver os candidatos ao maior partido da oposição virem aos Açores fazer a sua campanha interna, aliás, a ausência de líderes nacionais do PSD ou de candidatos a líderes nacionais do PSD nos Açores bem como a diminuição dada à nossa Região já mostraram que é um erro político grave e que estará para sempre associado ao PSD.
Contudo, passamos de um desrespeito por ausência para uma presença que falta ao respeito dos órgãos de Governo próprio da Região e falta ao respeito de todos os açorianos.
Vem isso a propósito da receção que o atual Presidente do Governo dos Açores fez a um dos candidatos a líder do PSD no Palácio de Sant’Ana. À primeira vista não tem nada de mal um candidato de um partido, na sua passagem pela Região, apresentar cumprimentos ao Presidente do Governo. Até revela respeito pela autonomia da Região. O que está errado é o que veio a seguir. O que está errado é o próprio Presidente do Governo, utilizando este encontro na sede de um Governo, esquecer-se que está ali como Presidente do Governo de uma Região e prestar declarações enquanto apoiante daquele candidato.
Volto a dizer, não tem mal nenhum o Presidente do Governo receber um candidato, o que está errado e deve ser fortemente criticado é fazerem do Palácio de Sant’Ana um mero anexo à sede do PSD Açores.
Sabem caros ouvintes, este é só mais um exemplo de como o PSD funcionava no passado e de como rapidamente voltou a funcionar no presente.
(Crónica escrita para Rádio)