Desta feita, plenamente de acordo consigo, Sra. Secretária Regional da Educação e Assuntos Culturais: definitivamente os rankings agora publicados não espelham o trabalho realizado pelas escolas secundárias. Pena é que o PSD Açores não seja coerente com o que dizia há muito pouco tempo atrás, bastando para tal recuar até ao momento anterior à pandemia e em que este mesmo partido político, sendo o maior da oposição ao governo de então, ia dizendo: "(...) o PSD/Açores considerou que os resultados "preocupantes" das escolas açorianas nos rankings nacionais (...) confirmam o "falhanço" da política educativa do governo regional (...)". Pois muito bem. E agora?! Já não é bem assim, não é verdade, Sra. Secretária?! Pois não, pois não... Os interesses são outros. Claramente. Mas enfim, adiante. A verdade é que estamos hoje, e quanto ao assunto, plenamente acordo.
Posto isto, quem afinal me diz mesmo onde posso consultar o verdadeiro ranking das escolas? Onde posso encontrar a tal ordenação hierarquizada que apresenta o excelente trabalho, de há muitos anos, das nossas escolas açorianas no lugar que é seu, por mérito próprio - o topo da lista? E desde o nível de ensino pré-primário até ao décimo segundo ano de escolaridade... Todos! Contabilizando percursos alternativos, especiais e outros que tais. Contabilizando o hercúleo trabalho com jovens sem qualquer espécie de horizonte na vida, sem saber nem tão pouco querer saber, afinal de contas, o que é isso do horizonte na vida. Alunos sem o mínimo desejo de o ser. Crianças e jovens sem a mais basilar estrutura familiar que lhes faça desejar aprender, avançar de ano. Com o devido respeito, a uns como a outros, mas é isto e aqueles tais treinadores de futebol que, também anualmente, são apelidados de "melhor do mundo" porque, factualmente, ganham mesmo imensas competições internacionais. Diria que têm bastante mérito, de veras, porém fundamentalmente porque se arriscam a uma gigantesca humilhação caso não ganhem nada, considerando que em todas as posições do campo, da própria baliza à do adversário, contam com a meia-dúzia dos melhores e mais dispendiosos craques extraplanetários. E depois ainda se alega que é mesmo muito difícil porque contam com demasiadas estrelas no seu plantel. Fantástico. O verdadeiro ranking, neste caso e na minha humilde perspetiva, encontrar-se-á algures entre o treinador que sobe de divisão mesmo quando no início da época tenha visto partir para um qualquer clube adversário da vizinhança, não só o seu melhor defesa central, o seu melhor construtor de jogo como ainda o seu melhor ponta-de-lança, e aquele outro treinador que conseguiu não descer mesmo quando a meio da época desportiva a direção do clube se demitira em peso porque a instituição já não teria como pagar os míseros ordenados, seja a ele próprio seja a quem for.
Recentrando o assunto: é desleal. A promoção intencional que é feita a uma vintena de escolas privadas, é dos piores contributos que a sociedade civil, anualmente, injeta no sistema público de ensino. A desmotivação cresce exponencialmente como um fardo que ainda mais se avoluma às mãos de uma sociedade que desconhece o facto de estar a ser manietada. E isto afinal faz-se a centenas de escolas secundárias públicas sem que minimamente se sinta um pezinho a calcar o travão?! E isto faz-se a muitas e muitas mais escolas públicas de todos os níveis de ensino que, efetivamente, são produtoras dos mais brilhantes trabalhos no domínio social e pedagógico?! Bárbara machada no esforço dos mais frágeis. Monstruoso soco no baixo-ventre, à má fila, e precisamente no dos mais permeáveis àquilo que, pelos órgãos de comunicação social, nos vai entrando porta adentro.
Avante...! Horas há em que o melhor mesmo é munirmo-nos de tampões nos ouvidos, palas nos olhos e, de fardo às costas, aí vai a caravana por diante, galgando montes e vales sem que os míticos cães que eternamente ladram minimamente incomodem.