Opinião

Não há 2 sem 3!

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista, ao longo das últimas semanas, mobilizou-se nas 9 ilhas para reunir com todas as juntas de freguesia, estando a terminar o roteiro pelas 156 freguesias dos Açores. Conscientes da realidade que nos assola, mas tendo presente também que cada uma das nossas freguesias tem realidades próprias, reunimos com os executivos das Juntas de freguesia, contactamos com a população, podendo confirmar perceções e reunir novas informações que nos permite ter uma imagem mais nítida da realidade que enfrentamos.

Tal nitidez permite-nos olhar para a Proposta do Plano e Orçamento para 2023 com outros olhos, mas também com outra propriedade e responsabilidade. Conscientes, ainda, da importante leitura e análise destes documentos por parte dos parceiros sociais, reunimos com diversas entidades, nas diversas ilhas, e, ainda, durante as Jornadas Parlamentares do Partido Socialista, podendo ouvir e questionar sobre a capacidade destes documentos responderem às reais necessidades das famílias, empresas e instituições açorianas.

Com todo este trabalho pudemos, mais uma vez, confirmar a validade e pertinência das medidas que têm sido propostas pelo PS para aplicação já em 2022. Não só pela sua abrangência como também pela sua adequação ao contexto atual. Infelizmente, e para mal da nossa região, a postura de propositura do PS tem incomodado quem diz governar. A falta de rasgo deste governo e a sua incapacidade para definir um rumo para os Açores tem sido nota dominante da sua ação!

Em tom dissonante com o momento que todos nós enfrentamos, ouvimos discursos obtusos, reflexo do vazio de coragem e determinação necessários para enfrentar os desafios que temos pela frente. Tão importante como saber fazer é reconhecer que não se sabe fazer. Mas, este governo insiste num tom tão despropositado que chega a ser ofensivo para quem em casa sente, no dia a dia, as dificuldades a agudizarem-se.

A falta de respeito por instituições e profissionais acentua-se, as máscaras há muito que já caíram, mas olhar a verdadeira feição de quem nos governa deixa-nos, no mínimo, envergonhados.

O bloqueio dos partidos da coligação e dos partidos que a sustentam à apresentação das conclusões das Agendas Mobilizadoras e o atropelo ao trabalho realizado pela Comissão Eventual de Aprofundamento da Autonomia num ato de total desrespeito pela centralidade do parlamento são evidências da arrogância desta maioria. E como não há 2 sem 3, a falta de respeito com que têm sido tratados os médicos são prova clara do profundo desnorte na atuação deste governo.

E, finalmente, o resultado das Jornadas Parlamentares da coligação PSD/CDS/PPM, que num momento tão difícil e com o propósito de preparar o debate do Plano e Orçamento para 2023 a única mensagem que tiveram para passar aos açorianos foi a de que o Partido Socialista e o seu presidente, Vasco Cordeiro, são um problema para os Açores.

E como não há 2 sem 3, assistimos aos três líderes dos partidos que compõem a coligação a apontar armas ao PS. É o que os une! Não estão unidos pelos Açores, mas sim pelo poder a todo o custo!