Opinião

Olhando 2023

O ano de 2022 fica marcado por um conjunto de dificuldades internas e externas, de crises com repercussão direta sobre a nossa Região e consequências para a nossa posição no panorama nacional e internacional. Enfrentando, ainda, as consequências de uma pandemia, em fevereiro a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, veio densificar as dificuldades já sentidas e fazer pender sobre todos nós maiores desafios, envoltos num denso véu de incertezas que nos faz recear um ano de 2023 ainda mais difícil. Os Açorianos são, uma vez mais, chamados a demonstrar a sua resiliência para enfrentar novos desafios.

Porém, as dificuldades advindas do panorama internacional não podem ser desculpa, nem escudo, para a fraca e atrapalhada capacidade de governação a que assistimos na nossa Região. O momento que vivemos não se coaduna com políticas avulsas incapazes de traduzir uma estratégia concertada e apta a recuperar o caminho do crescimento, do desenvolvimento e da confiança que os Açores merecem. Neste momento, a nossa preocupação vai para a situação de muitos açorianos que enfrentam grandes dificuldades na sua vida, para a situação de muitas famílias que se debatem com dificuldades sociais e/ou económicas.

O Partido Socialista dos Açores mantém a sua matriz solidária, trabalhando de forma empenhada na melhoria da situação social da nossa Região. Mesmo na oposição não deixamos de apresentar propostas que contribuam para este desiderato, pese embora o esforço contínuo da maioria de direita em chumbar grande parte das nossas propostas, apenas e só porque são apresentadas pelo Partido Socialista. Se argumentos válidos houvesse, trabalharíamos para reformular as propostas de modo a serem aplicadas, mas o maior interesse da direita é fazer tábua rasa das medidas desenhadas pelo PS, apenas porque sim.

Nos últimos 24 meses temos vindo a alertar para a necessidade e urgência de desenvolver uma nova estratégia para os Açores. Os Açores após o Covid-19 não são os mesmos, os Açores ao enfrentarem mais esta crise inflacionista, não são os mesmos. Aquelas que foram as políticas do passado, em grande medida, já não servem os Açores de hoje. Este Governo de coligação pôde, desde o seu início, contar com o empenho do Partido Socialista no alerta para a extensão dos problemas, de modo a poder mobilizar a vontade regional para os resolver.

Olhando 2023 já ao virar da esquina, impõe-se assumir o compromisso de seguir de perto a evolução da economia regional, avaliando as condições enfrentadas pelas famílias e empresas açorianas e propondo as medidas que se afigurarem como necessárias para apoiar situações de maior fragilidade. O PS/Açores continuará dedicado ao necessário combate por uma sociedade melhor, para tal continuaremos a fomentar o trabalho de proximidade com os parceiros sociais, reconhecendo a sua importância para a construção de respostas à medida das necessidades dos açorianos.

Todos nós não podemos aceitar uma Região suspensa, adiada ou conformada, e, menos ainda, podemos aceitar termos as nossas ilhas governadas a diferentes velocidades e sujeitas a diferentes vontades, alimentando bairrismos mesquinhos que em nada contribuem para a nossa coesão, para a tão valiosa Autonomia e para a Democracia.

Que nunca esqueçamos que a democracia é liberdade, e a mesma só é possível se alicerçada pela solidariedade, justiça, tolerância, modernização e desenvolvimento.

Que possamos, todos nós, em 2023 lutar por uns Açores melhores e por devolver aos Açorianos a confiança!